Vargas, lucros e perdas

 Surpresa pela decisão do deputado André Vargas, do PT paranaense, de desistir da renúncia ao mandato? Vargas fez o que foi melhor para ele: imaginou inicialmente que a renúncia faria com que seu julgamento na Comissão de Ética da Câmara Federal fosse cancelado – afinal, como cassar o mandato de quem já não teria mandato? A vantagem seria escapar da proibição de exercer mandatos eletivos nos próximos oito anos. Mas, ao saber que a Comissão de Ética o julgaria de qualquer jeito, e que não teria benefício nenhum se renunciasse, decidiu ficar na Câmara e defender-se exercendo o mandato (e recebendo).

Para o partido, é ruim; ou decide expulsá-lo (e, ninguém se iluda, Vargas tem aliados, silenciosos no momento, mas poderosos), ou não o expulsa, e arca com o desgaste de mantê-lo. Vargas até topa renunciar, mas o PT precisará oferecer-lhe uma saída honrosa. (Carlos Brickmann)