Agência Brasil. A presidente da Petrobras, Graça Foster, reconheceu nesta terça-feira (15) que a compra pela estatal brasileira da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), foi um bom projeto no início, mas que se transformou em um projeto de baixa possibilidade de retorno. ‘Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio, não pode ser um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil.’ De acordo com a presidente, o prejuízo para a Petrobras com aquisição da refinaria foi de exatos US$ 530 milhões. A avaliação foi feita em audiência pública nas comissões de Assuntos Econômicos e de Fiscalização e Controle do Senado, onde Graça Foster foi convidada para falar sobre as denúncias de irregularidades na estatal, como a compra da refinaria. Foster esclareceu ainda o custo total da transação: US$ 1,25 bilhões. A executiva admitiu que em fevereiro de 2006 houveram falhas por parte da direção da área internacional da empresa ao apresentar o projeto ao conselho administrativo da estatal, que autorizou a compra de 50% da refinaria. “Em nenhum momento no resumo executivo, na apresentação de PowerPoint feita pela direção da área internacional à época, foram citadas duas condições muito importantes: não se falou da ‘Cláusula de Put Option’ no resumo executivo, nem na apresentação de PowerPoint, e também não se falou da ‘Cláusula de Marlim’”, admitiu. Segundo ela, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a compra de 50% de uma refinaria e não houve, nesses dois documentos, nenhuma citação à intenção e à obrigatoriedade de compra dos 50% remanescentes. “Esse foi o trabalho feito. Um resumo executivo, sem citação dessas duas cláusulas contratuais completamente importantes. O valor autorizado pelo Conselho de Administração foi US$359.285.714,30. Essa foi tão somente a aprovação feita”, ressaltou. Responsabilizando a área internacional da empresa pela falha, Foster afirmou que quando uma apresentação é feita para o Conselho de Administração, quando se trata de resumo executivo, ele deve conter todas as informações necessárias e suficientes para a devida avaliação do que se pretende fazer. “Além disso, é obrigação de quem leva para a diretoria apontar os pontos fracos e frágeis da operação. Não há operação 100% segura. Não existe isso, imagino, em nenhuma atividade comercial e, certamente, não existe na indústria de petróleo e gás”, destacou. |