André Vargas almejava a presidência do Senado Federal

O Globo.

Foi mais um caso desastroso de arrogância aliada à certeza de impunidade. No início do ano, na abertura da sessão legislativa, quando desalojou o quarto secretário Simão Sessim (PP-RJ) para sentar-se ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e fazer gestos para fotógrafos e companheiros, o então vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), não imaginava que vivia ali seus últimos momentos de poder.

Demorou pouco mais de dois meses para cair em desgraça. O petista paranaense enterra o projeto de se eleger senador na chapa de Gleisi Hoffmann (PT-PR), candidata ao Governo do Paraná, e, depois, presidir o Senado Federal e até sentar-se na cadeira da Presidência da República, durante os afastamentos do titular.

Truculento com adversários, falastrão e bem-humorado no dia a dia com os colegas, Vargas era um dos maiores críticos, no Partido dos Trabalhadores, de Joaquim Barbosa, a quem via como o algoz dos companheiros no processo do mensalão. O gesto do braço erguido dos mensaleiros, considerado desrespeitoso pelo fato de estar ali representando a Câmara Federal, foi somado a outras brincadeiras de mau gosto que marcaram negativamente sua imagem.

Adepto de um estilo sem papas na língua, Vargas já defendeu a expulsão do PT do senador Jorge Viana (AC), por ele ter proposto que o projeto de lei que restringia o tempo de tevê e recursos do fundo partidário para novas legendas, patrocinado pelo Palácio do Planalto, para prejudicar a ex-ministra Marina Silva, não valesse para este ano. Ex-petista, Marina e Viana militavam juntos no Acre.

Vargas era da tropa de choque petista que bombardeava a então ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, que caiu em janeiro deste ano. Os petistas pressionavam pela liberação de verbas publicitárias para blogs e publicações simpatizantes do governo.

Vargas cresceu no partido como secretário nacional de Comunicação. É da corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil”, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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