Em entrevista à rádio BandNews na manhã desta terça-feira (8/4), o professor de filosofia Antonio Kubitscheck, 43, autor da polêmica questão sobre a funkeira Valesca Popozuda, revelou que queria fazer uma pegadinha com a imprensa. Segundo ele, a pergunta surgiu de um debate sobre a influência da mídia na formação dos valores da sociedade.
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Prova pedia que alunos completassem letra de música da cantora
Na pergunta, o educador, que leciona para o 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública do Distrito Federal, fala sobre a música “Beijinho no ombro” e classifica a cantora como uma “grande pensadora contemporânea”.
“Quando a imprensa vem para a escola? Num fato positivo ou num fato negativo? Nós fizemos recentemente uma bela exposição de fotografia na escola. Os alunos puderam participar disso, mas a imprensa não apareceu. Eu resolvi colocar uma questão que pudesse ir para a rede social. E vamos ver o que acontece… Este fato: a imprensa apareceu”, esclareceu o docente.
A imagem da prova “viralizou” na internet e se tornou alvo de diversas críticas. “Se a Valesca Popozuda é uma Pensadora Contemporânea o Mr. Catra é o Shakespeare da nova geração???”, ironizou um internauta em seu perfil no Twitter.
O professor aproveitou para defender o modo como se referiu à funkeira. “É um fato engraçado; se eu tivesse colocado Chico Buarque como grande pensador contemporâneo, não geraria polêmica nenhuma”, disse ele.
“A partir do momento em que a Valesca traz uma música – e essa música é passada por vários famosos, várias mídias – e a imprensa fala ‘fulano de tal deu um beijinho no ombro’, ela está passando um conceito. Se a gente pegar uma tendência filosófica de que todo mundo pode ser um pensador desde que consiga criar um conceito – e aí vêm os filósofos franceses, então eu acho que a Valesca é, sim, uma pensadora”, argumentou.
Resposta de Valesca
A funkeira também se manifestou em sua página no Facebook nesta terça-feira (8/4). “Eu fiquei bem honrada, me senti duas vezes homenageada, tanto pela pergunta quanto com o título de pensadora”, escreveu.
Para ela, o que mais espanta é o fato das pessoas se preocuparem com a situação sem analisar o que há por trás. “E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia? E se o professor quis apenas distrair a turma e fez a questão apenas pra brincar?”, acrescentou.