A Comissão de Trabalho da Câmara Federal discutiu, nesta quarta-feira (2), a pedido do deputado Eduardo da Fonte (PP), a situação dos funcionários terceirizados da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), que foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no ano passado, por terceirização ilegal (trabalho escravo). De acordo com funcionários da empresa, muitas vezes falta escada e até o equipamento de proteção pessoal. “Todo ano perdemos colegas de trabalho por choque elétrico. No último dia 18 de março morreu mais um funcionário [Sérgio Ricardo Barbosa], em Jaboatão dos Guararapes, mas a Celpe abafou o caso”, relatou um funcionário que não quis se identificar. Eduardo da Fonte questionou o presidente da Celpe, Luiz Antonio Ciarlini, pela falta de assistência à família da vítima. “Cadê a assistência da Celpe? A Celpe foi condenada por trabalho escravo, mas isso é pouco diante do lucro de R$ 107 milhões somente no ano passado. Não podemos admitir o descaso dessa empresa, que já matou 63 pessoas, desde 2012, por descarga elétrica na rua”, ressaltou. A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Vanessa Patriota, afirmou que a Celpe é conivente com a situação. “Constatamos várias irregularidades, entre elas, o excesso na jornada de trabalho, privando funcionários a ter intervalos até para almoçar”, destacou. |