Josias de Souza (Blog)
O presidenciável Eduardo Campos teve muito trabalho para convencer os senadores do seu PSB a parar de correr e, finalmente, ocorrer. Excetuando-se o líder da bancada, Rodrigo Rollemberg (DF), que já havia assinado o pedido de abertura da CPI da Petrobras, os outros três relutaram. Foram os últimos a aderir ao requerimento. Só depois das 22h da noite passada foram entregues as rubricas de Antonio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA). Rollemberg havia combinado a coreografia com Alvaro Dias (PSDB-PR). Pediu para ser avisado assim que o requerimento de CPI obtivesse a adesão de 25 senadores —o regimento exige no mínimo 27 signatários. Alcançada a marca, Rollemberg escalou a tribuna do Senado para informar que seus correligionários não se negariam a subscrever o pedido. Deve-se a pressão sobre os senadores do PSB a dois fatores: Eduardo Campos não quis ficar atrás de Aécio Neves, que está mergulhado na articulação pró-CPI desde a semana passada. De resto, achou que, sem o endosso à CPI, a propaganda que o PSB levará ao ar na noite desta quinta soaria sem nexo. Na peça, Campos espinafra a forma como a Petrobras vem sendo gerida sob Dilma. Feito dessa maneira, meio na marra, o desembarque dos quatro senadores do PSB no lado oposicionista do Senado engrossou a tropa da oposição de Nascida assim, meio a fórceps, a adesão dos quatro PSB elevou a soma de assinaturas da oposição de 16 para 20. Noves fora os quatro correligionários de Campos, assinaram a CPI: 11 senadores do PSDB, três do DEM, um do PSOL e um do recém-criado Solidariedade. Juntaram-se ao grupo cinco dissidentes tradicionais de partidos governistas e outros três infiéis insuspeitados. Chegou-se à soma de 28. |
