Ministério Público denuncia descaso com pacientes do SUS por cirurgias em hospitais do Recife

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Sem leitos, pacientes ficam nos corredores para esperar um atendimento
Foto: Marília Banholzer/NE10

Quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) sabe as dificuldades de realizar ou continuar um tratamento nos hospitais do Recife. Após dois anos de investigação, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) concluiu que quase quatro mil pessoas estão na lista de espera para conseguir fazer uma cirurgia nos hospitais da Restauração, Otávio de Freitas e o Getúlio Vargas. 

Três inquéritos civis foram instaurados para apurar as dificuldades que os pacientes estavam encontrando para realizar o tratamento. A falta de leitos somado à grande quantidade de novos pacientes que chegam diariamente precisando de procedimentos cirúrgicos só faz a fila de espera crescer. Somente no Hospital Getúlio Vargas 220 pessoas esperam por uma vaga para fazer uma cirurgia geral, 480 pessoas na área de traumato-ortopedia, 340 urologias e 120 para outras especialidades. 

Clóvis Sondré, promotor de justiça de Defesa da Saúde da capital comentou que o Estado precisa destinar mais verbas para a saúde pública. “O Estado gastou somente no ano de 2013 cerca de quase R$ 60 mil com bolo de rolo, fora outras despesas, que são somas pequenas, mas que quando juntam no universo de gastos poderia ser destinado para colocação de novos leitos”, comentou o promotor. 

Nesta quarta-feira (19), o MPPE ingressou uma ação civil na 5ª Vara da Fazenda Pública de Pernambuco para solucionar as dificuldades que os usuários enfrentam. Os promotores de Justiça de Defesa da Saúde da 11ª e 34ª da Capital, Clóvis Ramos Sodré Mota e Helena Capela, responsáveis pela investigação solicitam que em até 180 dias as cirurgias atrasadas sejam efetuadas. 

A Secretária de Saúde informou, em nota, que reconhece a grande demanda de cirurgias e associou o crescimento dos atendimentos ao envelhecimento da população e aos acidentes de trânsito. O MPPE informou que uma multa diária pelo descumprimento, a ser revertida ao Fundo Estadual de Saúde, no valor de R$ 50 mil, será aplicada por cirurgia não realizada. 

fonte:ne10