Eduardo Cunha, um doce de líder

Coluna Nhenhenhém de hoje (Jorge Moreno – O Globo)

 Bem que Eduardo Cunha poderia ter saído da reunião que marcou a
rebelião da bancada, cantando para Dilma, a mãe do PMDB: “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”.

Os amotinados queriam tacar fogo nas galeras, mas o incitador, em
truque antigo, posou de bombeiro na reunião.

Dias depois, Dilma despediu-se dos dirigentes do PMDB: “Vocês sabem que o meu problema com o Congresso tem nome e sobrenome”.

Há, na política, atribuída ao velho Vitorino Freire, a lendária frase:
“Jabuti não sobe em árvore. Se subiu, alguém botou ele lá”. E não foi
o descontentamento dos aliados. Este já pegou Cunha em cima da árvore, jogando pedras no governo.

Claro que a sorte só beneficia os talentosos. Desde a chamada “República Velha”, a política nunca produziu alguém capaz de desafiar o Executivo. Cunha é o primeiro a fazê-lo. E deve saber o limite da sua ousadia.

Entrevista

P: Ministro Moreira Franco, é verdade que, apesar de liderar rebelião
e dizer que não pleiteia cargos, o líder Eduardo Cunha foi ao governo
pedir sua substituição?

R: Eu soube…
Nada mais me disse, apesar de tudo o que lhe foi perguntado.