MP vai apurar irregularidades no Minha Casa, Minha Vida

O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) vai investigar denúncia de que moradores despejados do Condomínio Caraguatatuba, em Itaquera, foram vítimas de um esquema ilegal de venda de unidades do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. De acordo com o promotor Mário Augusto Vicente Malaquias, há suspeita de que associações de fachada tenham se apropriado dos imóveis invadidos e destinados a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil e depois comercializado as unidades em uma fila paralela por moradia.

“Nós fizemos uma reunião na quarta-feira (19) com uma comissão de moradores e a Polícia Militar na qual eles relataram que tinham comprado as chaves de associações para entrar no local. Vamos investigar se isso ocorreu, que associações são essas e se de fato existem. Parece uma fila paralela de venda de unidades habitacionais”, disse o promotor.

“Isso aqui é uma mina de dinheiro. Alguém ganhou muito dinheiro aqui vendendo apartamento”, disse o major Edilson Batista, da Polícia Militar, que comandou a reintegração de posse realizada ontem (20).

A Caixa Econômica Federal informou que a seleção para os beneficiários de baixa renda que vão receber as chaves das unidades habitacionais não tem intermediação de nenhuma entidade e é feita diretamente pela Cohab.

Na tarde de ontem, em agenda na zona leste da capital, o prefeito Fernando Haddad (PT) condenou a invasão do conjunto habitacional. “O que aconteceu ali é lamentável pelo seguinte: aqueles apartamentos estavam a dois meses de ficarem prontos. Houve uma ocupação de pessoas que não eram aquelas que já haviam sido selecionadas de acordo com a fila da Cohab para a ocupação”, disse o petista.

Segundo ele, por causa da depredação, a entrega dos apartamentos aos beneficiários selecionados vai atrasar.