“Folha” comemora 93 anos de circulação com especial sobre sua linha editoral

   
  • Em sua edição desta quarta-feira (19/2), a Folha de S.Paulo, que comemora 93 anos de circulação, publicou um especial sobre o que o jornal pensa a respeito de uma série de temas sobre os quais discorre ao redor do Brasil e do mundo. A publicação também está disponível na versão online para assinantes.
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Jornal aponta opinião sobre diversos temas atuais
“A Folha não só acompanhou as inúmeras transformações ocorridas no Brasil e no mundo, mas também se viu transformada por elas. As opiniões que hoje expressa em seus editoriais são fruto de uma experiência acumulada nesses 93 anos”, diz um trecho da publicação.
 
O jornal inicia pontuando os principais marcos recentes do país como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a descriminalização do uso de drogas, avaliados como fatos decorrentes da “percepção de que as liberdades individuas se ampliaram nas sociedades contemporâneas”.
 
A Folha reforça ainda que o pluralismo é uma das marcas do jornal, não apenas em textos de opinião, mas também em reportagens. A escolha do diário em apresentar sua opinião não proíbe que colunistas e articulistas se expressem contra, esclarece o texto. 
 
A publicação aponta os princípios sobre os quais as posições do jornal são construídas a partir da realização da Copa e Olimpíada, Manifestações, Mobilidade Urbana, Drogas, Bolsa Família, Cracolândia, Saúde, Aborto, Economia, Educação, Mercosul, Cotas, Israel-Palestina, Internet, Política, Cuba e Segurança Pública.
 
Copa e Olimpíada
Segundo o jornal, o país faz jus para sediar grandes eventos como estes, em virtude da possibilidade de expansão do turismo e obras de infraestrutura, bem como por sua “projeção simbólica”. No entanto, enfatiza que a sociedade tem de cobrar maiores planejamentos e transparência nos gastos. “Na Copa do mundo, o montante de recursos públicos investidos foi excessivo, e o legado deverá ficar aquém do desejável”, acrescenta.
Manifestações
Quanto às manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas de todo o Brasil em 2013, aFolha acentua a indignação da sociedade com sistema político atual, ressaltando que as mobilizações devem ser exercidas por meio de regras que possam coibir atos hostis. “Vândalos devem ser identificados e punidos, nos termos da lei; manifestantes não podem ser confundidos com bandidos”, opina.
Política
Transparência e fiscalização são as bandeiras defendidas pelo jornal para que a sociedade possa se integrar dos feitos políticos. Mencionando a Lei de Acesso à Informação e o fim do voto secreto no Congresso, são apontados como exemplos de “maior impacto”. Além disso, coloca em pauta pontos atuais para discussão como a adoção de voto distrital misto com lista aberta, claúsula de desempenho e voto facultativo. 
Internet
A descentralização da gestão da internet foi ilustrada pelo diário, que ressaltou as revelações do ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), Edward Snowden. Fora a agenda internacional, a Folha salienta necessidade de assegurar concorrência no ambiente digital e a agilidade na aprovação no Marco Civil da Internet. “É crucial assegurar remuneração para os produtores de conteúdo”, pondera.