- ‘Hoje me apresento diante de uma Justiça injusta’, diz Leopoldo López
- Barreiras policiais impedem caminho até o Ministério do Interior e Justiça
- Chavistas farão marcha até palácio presidencial; sede do Vontade Popular é revistado por serviço de Inteligência
O GLOBO
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


CARACAS — Vestido de branco, o líder opositor venezuelano Leopoldo López reapareceu em público nesta terça-feira pela primeira vez desde que foi emitida uma ordem de prisão contra ele na semana passada, disposto a liderar uma passeata até o Ministério de Interior, Justiça e Paz, para se entregar às autoridades. Com várias ruas fechadas por forças policiais, no entanto, ele discursou para os manifestantes na Praça Brion, em Chacaíto, ponto de encontro para a marcha, entregando-se em seguida no mesmo local para a Guarda Nacional. De acordo com a TV Globovisión, ele deve ser levado para uma prisão fora de Caracas. Já o presidente Nicolás Maduro, que Lopez quer remover do poder, afirmou que ele deve responder na Justiça por sua “conspiração” para dar um “golpe”.
— No dia de hoje, me apresento diante de uma Justiça injusta, que não julga de acordo com a Constituição e as leis. Se a minha prisão valer para um despertar do povo e para que a maioria dos venezuelanos que desejam mudança consigam construí-la, valerá a pena — disse. — A saída para esse desastre (a crise no país) deve ser pacífica, nas ruas.
Desde cedo, estudantes que começaram a se concentrar na Praça Bríon, na capital, atendendo ao chamado de López, reclamavam pelo Twitter que a Guarda Nacional venezuelana estava impedindo o acesso ao local e a instalação de equipamento de som. Durante a manhã, novos bloqueios policiais se somaram, tornando inacessíveis os caminhos que levam ao ministério.
Ao mesmo tempo, chavistas saíram vestidos de vermelho da estatal petroleira PDVSA, em La Campiña, rumo ao Palácio Miraflores. O governo se disse alerta diante de “um golpe de Estado lento, ativado”, apoiado pelos Estados Unidos e protagonizado por López. As duas marchas ressaltam a polarização na Venezuela. O presidente Maduro afirmou que López “tem que responder diante da Promotoria, dos tribunais de Justiça” e afirmou que a Venezuela é um país onde o livre exercício da política é permitido. O presidente questionou López por não aceitar o seu governo enquanto todos os prefeitos eleitos pelo partido de López são considerados legítimos pelo governo chavista.
Maduro afirmou ainda que havia “contido o ataque” dos opositores, que acusa fascistas armados com o objetivo de promover a violência.
– Até agora garantimos a paz e contemos o ataque. Estou em comunicação permanente com o ministro (do Interior) Rodríguez Torres.
Na segunda-feira, a sede do partido Vontade Popular, do qual López é coordenador, em El Hatillo, foi revistada por funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DIM) sem mandado, segundo o prefeito da cidade, David Smolansky. O prefeito contou que os funcionários buscavam o coordenador político do partido, Carlos Vecchio. O vídeo postado no YouTube mostra policiais com as armas apontadas para as pessoas na sed