Sobre os ”caras de pau”

CARLOS CHAGAS

 Segunda-feira, na festa de aniversário do Partido dos Trabalhadores, a presidente Dilma chamou de “caras de pau” os adversários do PSDB e penduricalhos que criticam seu governo e apregoam estar esgotado o modelo do PT.

Durante a semana o MST transformou uma mobilização pacífica numa guerra campal, no meio da Praça dos Três Poderes. Claro que com a colaboração da Polícia Militar, mas nesse entrevero basta atentar para o saldo de feridos: três sem-terra e vinte e dois policiais.

Pois um dia depois Dilma recebeu uma comissão do MST em seu gabinete, voltando a prometer investimentos para a reforma agrária. Não se falou dos acontecimentos da véspera, muito menos que os sem-terra tentaram invadir o palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal.

Senão dois pesos e duas medidas, pelo menos duas caras de pau. Nem está acabado o modelo do MST de valer-se da força e da provocação, nem esgotada a paciência da presidente em tolerar agravos, desde que venham de setores aliados.

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