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Filiado ao Partido dos Trabalhadores, o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, cobrou ontem (13), da direção da legenda, participação no diálogo que está sendo feito em torno do posicionamento que a sigla irá tomar na eleição para o Governo do Estado. O dirigente sindicalista demonstrou resistência em apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB), como deseja a cúpula nacional do partido.

Lideranças locais ainda cogitam lançar nome próprio. A decisão final deve ser anunciada até próximo mês de março.

“A central defende os interesses dos trabalhadores, nada contra o senador, mas avaliamos que Armando Monteiro tem uma trajetória ligada ao empresariado e aos grandes usineiros. Nossa perspectiva é de que seja construída uma candidatura voltada também para as reivindicações dos trabalhadores”, defendeu Carlos Veras.

Ele argumentou que, quando o parlamentar presidiu a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), “atendeu somente aos interesses do segmento empresarial” e criticou a defesa feita pelo petebista do Projeto de Lei 4330/2004 – em trâmite no Congresso Nacional –, que, segundo ele, prevê a terceirização “sem limites” das relações de trabalho.

Carlos Veras disse que só apoia o senador se perceber comprometimento dele com as causas dos trabalhadores e avaliou que o PT tem quadros competitivos, como deputados federais e estaduais, para disputar o Palácio das Princesas. Ele apontou, ainda, falta de diálogo da direção do PT com a CUT e os mais de 200 sindicatos ligados à central, ao reclamar que só tem tomado conhecimento do debate travado no PT por meio da imprensa.

Por meio da sua assessoria, Armando Monteiro informou que não iria comentar as insatisfações do dirigente por se tratar de questões internas do Partido dos Trabalhadores.