A morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, de 49 anos, atingido por um rojão enquanto cobria um protesto no centro do Rio de Janeiro (RJ), gerou um editorial da Rede Globo, que foi lido, na noite da última segunda-feira (10/2), pelo jornalista William Bonner, no “Jornal Nacional”.
“Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, é a sociedade. Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores que os outros profissionais. Mas é essencial numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. Sem cidadãos informados, não existe democracia”, dizia parte do texto.
Crédito:Reprodução TV Globo

William Bonner lê editorial da Rede Globo sobre morte de cinegrafista
Bonner pontuou que pequenos grupos acrescentaram violência às manifestações que ocorrem no país desde o ano passado. “Passaram a hostilizar jornalistas profissionais. Foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove”.
O texto enfatiza que os cidadãos possuem o direito de manifestar quando quiserem, desde que a violência não faça parte da ação, e lembra que, o jornalismo profissional se prontificará para relatar os fatos com imparcialidade, pois tal posicionamento é “essencial em uma democracia”.
“A Rede Globo se solidariza com a família de Santiago, lamenta a sua morte, e se junta a todos que exigem que os culpados sejam identificados, exemplarmente punidos. E que a polícia investigue se, por trás da violência, existe algo mais do que a pura irracionalidade”, acrescenta. Ao fim do telejornal, os créditos seguiram sem som e os cinegrafistas homenagearam o colega de profissão com aplausos.