ÉPOCA – Ruth de Aquino “Rodar a baiana” é uma gíria brasileira. A médica Ramona Matos Rodríguez, que estava em Pacajá, no Pará, não deve conhecer essa expressão. Significa tirar a limpo uma situação, armar um barraco e tomar satisfação com alguém. A gíria nada tem a ver com os baianos, que costumam ser mais de ginga que de briga. A origem é o Carnaval carioca do passado, quando capoeiristas se fantasiavam de baianas, para reagir aos rapazes que beliscavam as moças nos blocos de rua.
Ramona era um dos mais de 7 mil médicos cubanos contratados pelo Brasil para uma missão louvável: atender as populações brasileiras totalmente desassistidas em municípios do interior. Ela desgarrou do bloco e rodou a baiana. Foi parar no barracão de Ronaldo Caiado, deputado federal do DEM. Péssima escolha de Ramona, já que Caiado é um dos símbolos da direita ruralista. Poderia ter-se abrigado no gabinete de Eduardo Suplicy. Ele perceberia como são violados os direitos humanos e trabalhistas de Ramona. Caiado a adotou como trunfo político. Ela pediu asilo porque se sente explorada – e também porque divergir do Estado cubano é crime passível de prisão. A deserção de Ramona expõe fraturas inadmissíveis do Mais Médicos. Uma coisa é alguém ir como voluntário para um país em guerra, calamidade ou emergência. Você vai sem ganhar nada, movido pela solidariedade. Outra coisa é o profissional se mudar para o exterior num período sabático, com uma bolsa, para uma especialização. Sabe que ganhará menos. O caso do Mais Médicos é diferente. Em contrato de trabalho, o Brasil paga R$ 10 mil mensais a cada médico estrangeiro. Mas os cubanos só embolsam R$ 1.000. Do “resto”, cerca de R$ 1.500 são dados às famílias dos médicos em Cuba. E o “excedente”, R$ 7.500, vai para os donos dos passes: os irmãos Castro, eternizados no poder pela repressão e pela ausência de eleições. Leia a continuação clicando aí: A cubana roda a baiana |
“Rodar a baiana” é uma gíria brasileira. A médica Ramona Matos Rodríguez, que estava em Pacajá, no Pará, não deve conhecer essa expressão. Significa tirar a limpo uma situação, armar um barraco e tomar satisfação com alguém. A gíria nada tem a ver com os baianos, que costumam ser mais de ginga que de briga. A origem é o Carnaval carioca do passado, quando capoeiristas se fantasiavam de baianas, para reagir aos rapazes que beliscavam as moças nos blocos de rua.