Por Alana Rodrigues
Lidar com o dinamismo dos veículos na internet não é uma tarefa fácil. O texto exige aspectos atrativos para pescar o leitor em meio à imensa oferta de conteúdo na internet. A jornalista Fabíola Blah, repórter do G1 de Pernambuco, encara o desafio diariamente. No Recife, o portal existe há pouco mais de dois anos e ela foi responsável por coordenar a transição da página. “Em hardnews, os fatores mais instigantes também são os que mais pressionam na hora de produzir para internet”, explica.
Crédito:Divulgação

Jornalista acha que mulheres estão em pé de igualdade aos homens na profissão
Fabíola passou pela redação do Jornal do Commercio, onde atuou na editoria de “Informática”. Mais tarde, migrou para a versão online do diário. Desde 2004, trabalha na equipe da Rede Globo Nordeste, onde foi convidada a integrar o pe360graus.com, site que a emissora mantinha antes do projeto de ampliação do G1.
Finalista da 10ª edição do “Troféu Mulher IMPRENSA”, ela concorre ao lado de Benira Maia (NE10 – PE), Bia Sant’Anna (iG), Laura Ancona Lopez (Marie Claire) e Maria Inês Nassif (Jornal GGN). Em entrevista à IMPRENSA, a jornalista falou sobre os desafios de atuar na dinâmica do jornalismo online e como avalia a atuação das mulheres nas redações.
Quais são os desafios de trabalhar com o dinamismo dos veículos na internet?
Em hardnews, os fatores mais instigantes também são os que mais pressionam na hora de produzir para internet: apuração ágil e acurada e a publicação rápida. Em um espaço curto de tempo é preciso ter as principais informações em mãos, confirmadas e rechecadas. Como um site não tem hora para ir ao ar, a pressão é sempre intensa e constante. As práticas do bom jornalismo se mantêm: fontes de confiança, agilidade, texto redondo.
Outro aspecto é que muita gente se engana ao imaginar que é simples fazer jornalismo na internet, por várias razões, mas uma das que mais chama a minha atenção tem a ver com os sistemas de publicação. Como eles possibilitam reedições das reportagens que já estão online, há quem acredite que podemos simplesmente corrigir erros, de qualquer natureza, sempre e sempre e sempre. O fato de a correção estar tão à mão é uma das razões que deve nos obrigar a ter ainda mais zelo com a informação publicada, porque é a credibilidade que está em jogo, um valor que exige muito tempo para ser conquistado, mas pode ser arranhado em instantes. Estamos sempre nesse limite.
Qual a importância que as mulheres exercem no jornalismo como um todo?
Como em outros campos, as mulheres têm contribuído mais e mais para o jornalismo, em pé de igualdade. Creio que o que se via anos atrás, com certas pautas que só poderiam ser feitas por mulheres, ou, por sua vez, outros assuntos que não deveriam ser cobertos por mulheres, já não existe mais. A maioria da equipe do G1 Pernambuco é formada por mulheres, o que creio ser uma realidade em muitas outras redações.
Qual foi o trabalho que mais marcou para você em 2013? Houve algum em especial?
De bate-pronto, me lembro das coberturas de dois eventos tristes, que aconteceram na mesma semana, curiosamente: a morte do cantor e compositor Dominguinhos e mais um ataque de tubarão no Recife, que dessa vez vitimou uma jovem de 18 anos. Foram assuntos emocionantes, de maneiras distintas, e que tiveram resultados muito bons.
Em ano de Copa e eleições, qual a expectativa para o trabalho que será desenvolvido nas redações?
Os dois eventos têm aspectos que fazem o público voltar os olhos para Pernambuco. Em relação às eleições, temos uma candidatura praticamente estabelecida aqui, com o governador Eduardo Campos. Sobre a Copa, creio que a cidade quer se mostrar diferente do que se viu no ano passado, durante as Confederações, com muitos problemas de infraestrutura. Vamos acompanhar tudo isso de perto, sem dúvida.
Prêmio
O “Troféu Mulher IMPRENSA” é realizado e idealizado por IMPRENSA Editorial. Em 2014, a premiação celebra sua 10ª edição consecutiva, e vai homenagear as jornalistas que mais se destacaram em suas áreas de atuação em 2013. As votações vão de 14 de janeiro de 2014 até às 23h59 de 13 de fevereiro.