Brasil não está preparado para enfrentar rolezinhos

RENATO RIELLA
 
 Perplexidade é o sentimento dos dirigentes de shopping diante do fenômeno dos rolezinhos. Visto de fora, percebe-se que esses centros comerciais não têm qualquer consciência social e estão totalmente despreparados para conviver com o novo Brasil.

Os superintendentes de shoppings administram estruturas maiores do que muitas cidades brasileiras, mas não vêm nunca a público assumir qualquer compromisso. São meros cobradores de lucros, com taxas altíssimas, exigindo resultados das lojas. E só!

A ação deles diante dos rolezinhos, sem nenhum entendimento social do que está acontecendo, está jogando jovens descompromissados nas garras dos Black Blocs. E em algum momento os protestos poderão se dirigir, aí, sim, de forma preocupante, contra os shoppings, que viraram vilões.

O Iguatemi do Lago Norte, de Brasília, perdeu chance única de tratar o rolezinho de forma exemplar. O prejuízo calculado em R$ 500 mil, pelo fechamento do shopping num sábado, poderia ter sido investido em ações de sensibilização de um público jovem de 300 a 500 pessoas.

Mas, não! Preferiram fechar as portas, adiando o confronto para outra oportunidade próxima. E aí os jovens poderão voltar não mais liderados por funqueiros, mas por Black Blocs.

É uma discussão que não terminou. Está apenas começando. E coincidirá com os protestos da Copa, as questões da economia e o período eleitoral.

É difícil prever o que acontecerá no Brasil nesses próximos meses – mas é muito preocupante.

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