Irretocável o capítulo de hoje de Amores Roubados! Magnífica tensão desenrolada hoje nas cenas exibidas hoje pelos autores .
Aumenta a tensão com o fim próximo – amanhã vai ao ar o último capítulo – e novas ações inesperadas vão tecendo a bela trama de George Moura, baseado na literatura do pernambucano Carneiro Vilela.
A obra de Joaquim Maria Carneiro Vilela – advogado, ilustrador, pintor paisagista, cenógrafo, juiz, bibliotecário, secretário de Governo, fabricante de gaiolas, e escritor – foi escrita entre 1909 e 1912, e já ganhou adaptações para o teatro e o cinema. Mas por certo somente agora o escritor terá seu nome definitivamente inscrito entre os grandes de nossa Literatura.
Como o título original de A Emparedada da Rua Nova, Carneiro Vilela dizia que a história viera de um relato que ouvira de uma escrava. Até hoje, não se sabe ao certo o que foi ficcionado pelo autor e o q realmente aconteceu.
Mas só em ter valido esta primorosa minissérie, já ganhou – e muito – a história de nossa Teledramaturgia, enriquecida pelas interpretações poderosas de Murilo Benício – um ator que consegue passar todo o sensório de seus personagens só com o olhar -, Irandhir Santos,Patricia Pillar (soberba em sua angústia lancinante e silenciosa), Osmar Prado, Dira Paes, César Ferrario, Jesuíta Barbosa, Magdale Alves, e, especialmente hoje, com uma atuação majestosa de ISIS VALVERDE.
* DESTAQUES do capítulo:
– O set, os enquadramentos e a atuação de Osmar Prado e Cássia Kiss na cena do acerto de contas;
– A frieza e vilania intrínseca do personagem Jayme, rapidamente tratando de se ‘descartar’ da conversa ‘incômoda’ do sogro Antônio;
– A luz da cena entre Jaime e o delegado (Walter Breda), num lindíssimo enquadramento em silhueta;
– A conversa entre Jaime e Cavalcante – Murilo de costas, passando toda a emoção somente com a voz – genial !
– A comovente e quase pueril fala de Antônia, encharcada de emoção no velório do avô – ISIS VALVERDE divinal, uma nordestina com naturalidade, beleza singular e profunda empatia, levando o telespectador às lágrimas;
– O encontro de Antônia e Fortunato na beira do rio São Francisco…
#Amoresroubados é um produto de excelência absoluta ! Vai ganhar muitos prêmios ! E é um orgulho pra quem, como eu, fica feliz em poder aplaudir a grandiosidade dos nossos artistas e a qualidade a que chegaram os técnicos brasileiros ! Que Teledramaturgia de alto nÍvel faz o Brasil.
Leandro um jovem boêmio-etilírico,não se liga em dinheiro;mas em zumzum-abelhudo no ponto “G” do ouvido da amada ou na troca de cartas em caixa postal de numero 00000, que só o carteiro sorridente com o correio e os amantes conhecem.Leandro é macho e os que amam, vorazmente, e sem medo não fogem nunca da “Guerra Amada”.Forte e ferido com cicatriz que não se apaga nunca.Sempre há um afilhado nessas caudalosas estranhas história de amor. No Recife tem muitos “Afilhados ou Assecas”.Parodiando aquele comercial:” se de repente alguém lhe chamar de afilhado,isso poderá ser INSULTO.George Moura,roteirista de “amores roubados”, somos contemporâneos da UNICAP-PE. Participávamos do Centro Comunitário da Católica, de mãos dadas com o humanista Padre Fred Solom, sofríamos e seguíamos.Todos nós assistíamos nas visitas que fazíamos levando palavras,abraços e mantimentos para para os que habitavam nas feridas sociais das favelas e favelados.As lágrimas vinham aos olhos e George com sua cabeleira e barba grande, a lá John Lennon e Alceu Valença,chorava alto.Ainda hoje lembro dos vestígios dessas vertigens que sofríamos pela magreza desse Recife esquálido e sonolento.Vocês daí do outro lado da tela já sentiram o quanto dorme a cidade e quando sai parece-nos que vai sonâmbula.Poxa,fico aqui pensando com minha estranheza e falo alto,mesmo aqui sozinho:COMO TUDO NO BOI SE APROVEITA.OS CHIFRES ALÉM DE PENTE. SERVE PARA CANTAR,ENCANTAR E SE ESCREVER DE E SOBRE O AMOR. E Saibam que o Leandro não morreu, pois ele ama o vinho e quem ama a amada em vinho e com vinho;tenham certeza,não morre nunca,envelhece,como um vinho no coração do amor onde se faz perene para toda a eternidade.Lembro o poetirmão Jaci Bezerra que nos diz em seu poema:Um dia capitão contarei essa história/ a quem distante ou perto afagar a minha mão/porque nova será no cofre da memória/ e uma certeza terei eu e terás tu então/ todos os portos podem ser saqueados só não pode o porto do coração.George Moura com essa maxisérie se inscreveu para sempre na história da teledramaturgia brasileira.

