Filme de Steve McQueen, que pode ser o primeiro negro a ganhar um Oscar como diretor, aborda a escravidão americana em toda sua crueza. O longa-metragem nos lembra da maior vergonha que o ser humano carrega como civilização. Por essa razão, compartilho também um belo projeto fotográfico que registra a escravidão contemporânea no mundo.
O filme “12 anos escravo”, nome em Portugal (12 anos de escravidão, no Brasil), é uma produção anglo-americana baseada no livro autobiográfico ‘Twelve Years a Slave’ de Solomon Northup, publicado em 1853.
Conta a história real do autor, um carpinteiro livre e violinista, que foi sequestrado em Nova York, levado para Washington e vendido como escravo.
Não pretendo falar mais do que isso da narrativa, vale dizer que conta com grande elenco e que os trabalhos, tanto do protagonista feito pelo ator Chiwetel Ejiofor, como do fazendeiro interpretado por Michael Fassbender são de alto nível.
O filme foi o grande vencedor do festival de Toronto, Canadá.
A escravidão tinha um alicerce ideológico bastante forte, a religião. O filme retrata a catequização promovida pelos senhores com seus escravos.
Além da legitimação jurídico-legal, havia o uso da “palavra das escrituras” para justificar aquela relação de brutalidade e desumanidade.
Senhores liam a bíblia para os escravos
A noção de propriedade como valor supremo também é bastante salientada, na medida em que o uso da violência ocorria como afirmação dos senhores diante daquilo que os pertencia. “Faço o que quero com o que é meu”, esse juízo está acima de qualquer senso de justiça ou racionalidade.
Ganhando outros formatos, apesar de não ter o subsídio legal dos séculos anteriores, a escravidão persiste em nossos dias e seus números infelizmente não são modestos.
A ativista e fotógrafa Lisa Kristine desenvolveu um projeto fotográfico chamado Modern Day Slavery, ela viajou o mundo registrando trabalhadores em condições de escravidão e semiescravidão.
Destaco algumas fotos desse lindo projeto no fim do post ao passo que sugiro o filme em tela.
Ele nos angustia através dos seus silêncios e situações limites, mas nos alimenta, pois cria um retrato muito realista daquilo que não podemos aceitar que ainda exista, nem que se repita.
Modern Day Slavery de Lisa Kristine
Modern Day Slavery de Lisa Kristine
Modern Day Slavery de Lisa Kristine Modern Day Slavery de Lisa Kristine Modern Day Slavery de Lisa Kristine
fonte:Obvious