O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), classificou de “abominável” a suposta manobra contábil realizada pela Caixa Econômica Federal para incorporar ao lucro do banco, em 2012, o saldo de mais de 500 mil cadernetas de poupança sem movimentação e com indícios de problemas cadastrais. Ele disse pedirá a convocação do presidente da instituição, Jorge Hereda, para explicar o que levou o banco a agir sem respaldo legal no encerramento das contas e na incorporação do saldo das cadernetas ao seu patrimônio. Uma auditoria feita no balanço da CEF pela Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que o “confisco”, que resultou em acréscimo de R$ 719 milhões ao lucro da instituição financeira, foi irregular. O Banco Central também considerou a contabilização ilegal e determinou à direção da CEF correção do balanço. “Foi uma manobra irresponsável e abominável, uma tunga nas economias de pequenos poupadores que coloca em risco a credibilidade da Caixa e da caderneta de poupança. O presidente do banco precisa explicar na Câmara Federal mais essa lambança”, cobrou Rubens Bueno, ao lembrar da corrida as agências do banco, no ano passado, após os boatos de que o Bolsa Família seria encerrado. Segundo ele, o fato de as contas com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil não apresentarem movimentação por até três anos não justifica o seu confisco. Bueno disse que de acordo com a legislação vigente, o prazo para prescrição de contas bancárias é de 25 anos, com o recolhimento do saldo para Tesouro Nacional e posterior incorporação ao patrimônio da União depois de cinco anos, caso não seja reclamado. |