Desastre no manejo político

É um desastre gerencial a emenda constitucional que cria o chamado
‘Orçamento impositivo’. É impositivo porque obriga o governo a liberar cerca de R$ 14 milhões por ano para cada deputado e senador. É o dinheiro das emendas ao Orçamento propostas por esses congressistas.

Nas campanhas eleitorais, os candidatos poderão zanzar pelas ruas com uma plaquinha pendurada no pescoço: ‘Valor: R$ 14 milhões’. Alguns negociarão antecipadamente como usar o dinheiro. É fácil imaginar o nível das traficâncias daí derivadas. Já na saída, um deputado valerá R$ 56 milhões ao longo dos quatro anos de mandato.

Nessas horas muitos malham o Congresso Nacional. Penso diferente. A culpa por mais essa decisão tresloucada deve ser compartilhada com o Palácio do Planalto. Afinal, se há um fato na política brasileira
nunca desmentido, é a genuflexão quase eterna do Legislativo em
relação à Presidência da República.

Quando um Poder submisso como o Congresso começa a aprovar bobagens, não é porque está se tornando mais independente –até porque ali ainda vale a triste máxima segundo a qual, toda vez que um deputado (ou senador) tem uma ideia, o Brasil piora. O que se passa é um vácuo de liderança por parte do Planalto. Continue lendo aqui o artigo na íntegra. (Folha de S. Paulo – Fernando Rodrigues)