Pedro Arias e a arte de cultivar uvas e os trabalhos manuais de Rita Santander

 

 

Entre a taça e a notícia

Foi em Alijó (Portugal), uma das aconchegantes vilas na região do Douro, que nasceu a relação do jornalista português Pedro Arias com o vinho. Mas, ao contrário do que se possa deduzir, não foi

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amor à primeira vista. Ainda muito pequeno, não gostava nada de “pisar” nas uvas para ajudar o seu pai na produção caseira e era “obrigado” a acompanhar sua mãe em alguns trabalhos agrícolas. A atração surgiu a partir dos 20 anos, quando aprendeu a apreciar o gosto da bebida e, após o falecimento de sua mãe, começou a dar valor à agricultura como uma forma de amenizar a saudade. Pedro efetivou sua carreira de jornalista no Público, jornal português criado em 1990. Com passagem por praticamente todas as áreas da publicação, foi editor por cinco anos do suplemento “Fugas”, dedicado a viagens, vinhos, gastronomia e automóveis. Quando conheceu sua esposa, Cristina, ambos foram à procura de uma vinha para iniciar um projeto familiar.

“Compramos a primeira em 1999 e adquirimos novas terras nos anos seguintes. Hoje temos trinta hectares de vinhas e mais dois ou três de olival. Em 2000, produzi meu primeiro vinho, que não lancei no mercado, mas gostei da experiência.” A vontade de investir no ramo foi crescendo, mas o jornalismo não oferecia muito tempo livre. Então, em 2008, deixou de ser editor e passou a atuar como freelancer. “Ganho menos dinheiro, mas tenho mais tempo e sou mais feliz.” Em 2009, lançou o seu primeiro vinho tinto, que está à venda no Rio de Janeiro, mas a ideia é distribuir a outros lugares do Brasil.
Entre agulhas e fuxicos
Fazer artesanato começou quase como brincadeira de criança na vida da jornalista Rita Santander. Isso porque o gosto por trabalhos manuais surgiu desde pequena, quando costumava revirar gavetas de linhas e agulhas de suas avós. “Lembro-me de perder horas brincando na máquina de

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costura.” O tempo passou desde as traquinagens de criança, mas não a paixão pelas atividades manuais. Aos 17 anos, a artesã resolveu se profissionalizar fazendo um curso de dobraduras, recortes e colagens. Diante de tamanho gosto pela função, não deu outra: mesmo já formada em jornalismo, Rita se reencontrou com a infância ao conhecer a técnica de patchwork.

A partir de então a veia empreendedora falou mais alto e a artesã resolveu se dedicar totalmente ao novo projeto. Antes disso, ela também foi repórter e redatora em uma agência de notícias e em um site de música. A mudança na carreira ocorreu em 2005, época em que a artesã passou a comercializar suas nécessaires, capas de caderno personalizadas, caixas organizadoras, entre outros itens em bazares e feiras de artesanato. Não demorou muito para que finalmente abrisse uma loja com duas sócias. Recentemente, ela decidiu retomar suas atividades com a comunicação, mas mantém uma página no Facebook em que comercializa suas peças por encomenda. “O artesanato me permite criar bem mais que o jornalismo”, analisa.