Maior rede varejista do mundo não confirmou se corte atinge unidades no Rio Grande do Sul
O Walmart, maior rede varejista do mundo e proprietária no Rio Grande do Sul de supermercados das bandeiras BIG e Nacional, decidiu fechar no Brasil entre 20 e 25 lojas, a maior redução de pontos de venda desde a estreia da rede no país, em 1995. A empresa também prevê um corte no número de lojas na China. Ao todo, serão desativadas 50 lojas nos dois países.
A decisão foi anunciada na terça-feira, 15, durante o encontro anual com investidores na sede da empresa em Bentonville, no Estado de Arkansas, nos Estados Unidos. O presidente executivo da rede, Mike Duke, afirmou que o cenário econômico atual é “difícil” e “imprevisível” no mundo inteiro. Na apresentação, a direção mundial da empresa destacou que o Brasil vem tendo retorno sobre investimentos menor que a média das operações internacionais da companhia, mas considerou que são grandes as oportunidades de melhoria no país.
No Brasil, a direção da empresa informou, por meio de nota, que até o fim do ano serão fechadas lojas com baixo desempenho. Segundo o comunicado, as unidades estão distribuídas pelo país e são principalmente de pequeno e médio portes. A empresa não confirmou se lojas do Rio Grande do Sul estão entre as atingidas pelos cortes.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a maior parte das lojas fechadas será de vizinhança, sob a bandeira TodoDia, e de atacarejo (Maxxi, lojas que misturam atacado e varejo), podendo estar na lista lojas de hipermercados do Rio de Janeiro. A ênfase no enxugamento deve ser nos pontos de venda localizados no Sul do País. Hoje a rede tem 560 lojas em 18 Estados. Desse total, 180 lojas são de vizinhança e 60 são atacarejos. O número de lojas de vizinhança supera o total de hipermercados (141) e também o de supermercados (150).
Em nota, o Walmart Brasil destacou que pretende abrir 22 novas lojas no Brasil ainda neste ano e reformar mais de 40 unidades, com investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em 2013. Com o enxugamento de lojas no país, serão cortados cerca de 1,5 mil postos de trabalho. Mas a empresa acredita que poderá “oferecer outra oportunidade de emprego para os funcionários dessas lojas em outras unidades da rede”. No entanto, analistas de mercado duvidam que isso seja possível, por causa da desaceleração do varejo.
Para o presidente do Conselho do Programa de Administração de Varejo (Provar), Claudio Felisoni de Angelo, a decisão da maior varejista do mundo de colocar o pé no freio ocorreu em resposta a dois fatores: ao ritmo mais lento de vendas nos EUA e às incertezas em relação ao desempenho dos mercados emergentes.
O Walmart vem sofrendo com vendas mais fracas nos EUA na medida em que consumidores têm dado preferência para comprar itens de maior valor, como veículos. Assim como os concorrentes, a companhia vem registrando queda no número de clientes que visitam as lojas, o que é uma preocupação diante da proximidade das festas de fim de ano. conteúdo estadão