Quem governa São Paulo

CARLOS BRICKMANN

 Responda rápido: qual o nome do governador de São Paulo?

Resposta certa: Marco Willians Herbas Camacho, codinome Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital, PCC, grupo que se dedica ao crime organizado. E isso não tem nada a ver com as ameaças que o PCC faz, de entrar novamente em guerra com a Polícia. Se os 90 mil policiais militares do Estado não forem capazes de derrotar os 7.800 criminosos (vários já presos) que, segundo o Ministério Público, formam o PCC, teremos de mudar-nos de Estado e de país.

O poder de Marcola se expressa de outra maneira: ele está preso e não teme nem a Polícia nem o Governo. O governador que fica no Palácio, Geraldo Alckmin, o teme, a ponto de reforçar sua segurança quando soube das ameaças do bandido.

Marcola está numa prisão de segurança máxima, mas continua usando seus celulares, apesar de proibidos. Ele sabe quem é seu inimigo, o Governo, e considera-se capaz de, embora confinado, voltar a comandar um conjunto de ataques cujo objetivo é matar policiais e espalhar o terror. Enquanto isso, o Governo fingiu até agora que o inimigo PCC não existia, estava desarticulado e contido.

E as ameaças? Segundo o Ministério Público, foram feitas para passar recados, sem que se saiba se são ou não para ser cumpridas. Mas a audácia indica o poder do bandido: se, isolado na cela de um presídio de segurança máxima, ele tem celulares e controla a cadeia de comando do crime, se tem poder para proferir sentenças de morte ou para rejeitá-las, que é que falta para ter tudo dominado?

Parem o mundo

Caso as condições carcerárias endureçam, o PCC ameaça fazer greve nos presídios. Como? Irão parar de receber pacotes de fora? Ou parar de usar celulares?

Solução simples

Se quiserem mesmo suspender o contato dos presos por celular, não há problema: é só entregar o serviço à Vivo, TIM, Claro e Nextel. Ninguém mais fala.