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O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) se pronunciou, no dia 14 de outubro de 2013, pela primeira vez, sobre a união entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade). Em discurso na tribuna do Senado, Jarbas afirmou que o entendimento político das duas lideranças “vem para quebrar essa perniciosa tentativa de dividir os brasileiros entre o bem e o mal, sendo benditos aqueles que acompanham o PT e malditos todos aqueles que enxergam as coisas de maneira diferente dos petistas”.
Com Eduardo e Marina, na avaliação de Jarbas, o Brasil terá condições de dar um “salto qualitativo”. “Este ciclo de poder do PT está chegando ao fim. O Brasil não acabará por causa disso. É chegada a hora do nosso País se permitir um salto qualitativo, para que possamos construir uma nova lógica governamental, sob outros parâmetros políticos e de gestão pública. Tudo na natureza é assim: nasce, cresce, vive e, um dia, morre, abrindo caminho para a renovação. É o ciclo da vida”, argumentou Jarbas Vasconcelos, que confirmou estar engajado no movimento liderado por Eduardo e Marina.
Para o senador pernambucano, a aliança PSB-Rede Sustentabilidade é um daqueles episódios antológicos da História, “com ‘H’ maiúsculo, do tipo que será registrado para sempre, independentemente dos resultados que venha obter nas eleições presidenciais do próximo ano”. Jarbas Vasconcelos considerou importante o fato de Marina Silva — na coletiva na qual foi anunciada a união com Eduardo — ter destacado as heranças legadas pelos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010).
“O certo, na minha opinião, é que sem a estabilidade econômica construída nos Governos Itamar Franco e FHC — com a implementação do Plano Real e de todos seus desdobramentos — o Brasil continuaria naufragando nas outras áreas. Uma moeda estável é pressuposto básico para qualquer Nação”, argumentou Jarbas. Ele reconheceu que Lula manteve os pressupostos implantados com o Plano Real e ampliou a rede de combate à miséria e à pobreza extrema.
De acordo com o senador do PMDB, existe um simbolismo muito grande no fato de Eduardo e Marina terem sido ministros do Governo Lula. “Pois, eles não foram auxiliares apagados, sem expressão, como ocorre hoje com a maioria dos 39 ocupantes da Esplanada dos Ministérios — alguns que se forem vistos nas ruas não serão sequer identificados. Marina e Eduardo tiveram gestões elogiadas, destacadas e reconhecidas, em duas áreas estratégicas para o futuro do Brasil que almejamos: Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia”.
Na avaliação de Jarbas, Eduardo e Marina falam e falarão com credibilidade sobre o que avançou e deve ser mantido e sobre o que precisa urgentemente ser mudado no planejamento governamental. “Como ex-colegas da Presidente Dilma Rousseff, eles conhecem suas fragilidades, o seu jeito prepotente de ser — apesar de todo o esforço do marketing governamental para mudar esse perfil que, aqui, em Brasília, todos conhecem”.
Jarbas Vasconcelos acredita que a união entre Eduardo e Marina “acendeu a luz de alerta entre os palacianos, que, apesar das dificuldades dos últimos meses, parece que não perderam a prepotência e a arrogância”. O senador pernambucano lembrou a entrevista do publicitário João Santana, marqueteiro do PT, que afirmou, em entrevista à revista “Época” que Dilma venceria no primeiro turno e comparou seus adversários a “anões”, que comeriam um ao outro. “Politicamente incorreto ao extremo, para dizer o mínimo da coleção de baboseiras jogadas ao léu pelo quase onipresente senhor João Santana”.
Jarbas criticou a influência do marqueteiro no Governo Dilma. “Numa campanha bancada com recursos públicos, João Santana lidera uma campanha eleitoral sem disfarces. O marqueteiro petista escolhe da roupa vermelha da Presidente ao discurso que ela faz nas Nações Unidas. Ninguém sabe onde começa a chefe de Estado e termina a candidata à reeleição”.
Jarbas Vasconcelos afirmou o choque com a união PSB-Rede foi tão grande que perderam e PT e alguns dos seus aliados “perderam até o senso do ridículo, com a diversidade de sandices que os aliados do Governo espalharam pela Imprensa e nas redes sociais nos últimos dias. Tragicamente, neo-aliados do PT acusam Marina das mesmíssimas coisas que diziam do Lula no passado.
Na opinião do senador pernambucano, o PT fecha alianças como quem vende indulgências: “quem adere ao Governo se transforma instantaneamente em progressista, engajado às causas nobres. É transformado num esquerdista benemérito. Quem, pelo contrário, ousa discordar é apontado como reacionário, direitista, conservador e outros adjetivos menos nobres. Essa lógica retrógrada e fascista precisa ser superada”. (14.10.2013)