Não podemos reduzir o âmago da igreja a um ninho que proteja nossa mediocridade”, disse o Papa. (Tânia Rêgo/ABr)
Sobre a homossexualidade, o pontífice reiterou declarações feitas em sua viagem ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude. “Quando estava em Buenos Aires, recebi cartas de pessoas homossexuais que estavam ‘socialmente feridas’ porque me diziam que a Igreja sempre os tinha rejeitado. Mas essa não é a intenção da Igreja. No avião de regresso do Rio de Janeiro, disse: ‘Se um gay procurar Deus, quem sou eu para o julgar.’”, questionou. “Deus deu-nos a liberdade quando nos criou: não é possível a interferência espiritual na vida pessoal de outra pessoa.”
Para Francisco, a Igreja “fechou-se em pequenas coisas, em regras mesquinhas” e não deveria adotar a postura recorrente de condenar. “Não podemos insistir apenas nas questões relacionadas ao aborto, ao casamento gay e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível. Os ensinamentos da igreja sobre isso são claros, e eu sou um filho da igreja, mas não é necessário que eu fale disso o tempo todo. (…) Não falei muito a respeito e fui repreendido por isso.”
Ao invés de tentar interferir no âmbito privado, a igreja deveria ir em busca dos excluídos, de acordo com o Papa, servindo como “um hospital de campanha após uma batalha”, para curar as feridas maiores da sociedade. “A igreja em que devemos pensar é a que é a casa de todos, e não uma pequena capela onde cabe apenas um pequeno grupo de pessoas selecionadas. Não podemos reduzir o âmago da igreja a um ninho que proteja nossa mediocridade.”
Com Agências