O governo da Bolívia afirmou neste domingo que o senador da oposição Roger Pinto, 53 anos, fugiu de seu país como um “criminoso” e que está ainda à espera de uma explicação oficial do Brasil sobre os detalhes do ocorrido. “Essa fuga, obviamente, tem que ser explicada, tem que ser informada pelo próprio governo brasileiro. Não sabemos exatamente como foi feito, para isso estão nossas chancelarias”, disse neste domingo à imprensa o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana. O chanceler Antonio Patriota adiou uma visita que faria amanhã à Finlândia por causa da situação envolvendo o senador boliviano, que criou uma crise entre os dois países com sua fuga.

Pinto estava refugiado na embaixada brasileira em La Paz desde o dia 28 de maio de 2012 e foi recebido neste domingo no Aeroporto Internacional em Brasília pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Ricardo Ferraço (PMDB). O boliviano saiu de La Paz de carro até Mato Grosso do Sul, onde pegou um avião até a capital brasileira.

CUMPLICIDADE BRASILEIRA 

Ferraço revelou no aeroporto que o senador boliviano contou com cumplicidade oficial brasileira para deixar seu país. O senador do PMDB disse que Pinto saiu de La Paz em um carro oficial da embaixada, escoltado por “fuzileiros navais”, e que foi levado até a fronteira em uma viagem que durou 22 horas.

A Bolívia nunca concedeu o salvo-conduto para Pinto porque sustenta que o senador responde na justiça em vários processos por corrupção, já tendo sido condenado a um ano de prisão por um deles.