Protesto contra Sérgio Cabral reúne cerca de 300 pessoas no Rio

Enquanto a manifestação acontecia em frente ao Palácio Guanabara, professores da rede estadual disseram ter sido agredidos pela Polícia Militar no mesmo local, depois de audiência com o vice-governador

Protesto contra Sérgio Cabral reúne cerca de 300 pessoas no Rio

“Policiais reprimiram com bombas de gás os manifestantes que estavam nas ruas no entorno do Palácio”

 

Cerca de 300 manifestantes caminharam da Câmara Municipal, no Centro, até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. O grupo, que pedia a saída do governador Sérgio Cabral (PMDB), era formado majoritariamente por adeptos do Black Bloc. Houve confronto com a Polícia Militar. Professores da rede estadual, que tiveram uma reunião no início da noite desta segunda-feira no Palácio Guanabara com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, disseram ter sido agredidos pelos PMs.

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Os manifestantes chegaram por volta de 20h e encontraram a sede do governo cercada por grades e, dentro delas, policiais com escudos. As duas pistas da Rua Pinheiro Machado foram fechadas pelos manifestantes.

O efetivo policial estava reduzido no local. Quando o grupo chegou havia mais policiais em frente ao palácio, mas eles se retiraram para ruas próximas e o clima era pacífico até as 20h30. Três rojões foram lançados para o alto por manifestantes, mas a polícia não reagiu. Soldados do grupamento que acompanha as manifestações desde 25 de julho caminhavam entre manifestantes, revistando alguns deles.

Tumulto. Às 20h40, um grupo de manifestantes tentou derrubar as grades que cercam o Palácio Guanabara e policiais militares lançaram spray de pimenta. Outros policiais que estavam no entorno do prédio correram em direção ao grupo. O tumulto, no entanto, não se alastrou. As poucas grades derrubadas foram levantadas por PMs.

Às 20h45, outro grupo tentou derrubar novas grades e mais spray de pimenta foi lançado. Policiais cercaram o palácio e as ruas do entorno. Um helicóptero sobrevoou o local. E, por alguns momentos, parte da iluminação pública da rua foi apagada.

Policiais reprimiram com bombas de gás os manifestantes que estavam nas ruas no entorno do Palácio Guanabara. Eles reagiram com pedras. Telefones públicos e pontos de ônibus foram destruídos e lixeiras, incendiadas.

O protesto começou por volta das 18h, na Igreja da Candelária. Os manifestantes protestaram em frente à Assembleia Legislativa e ao Tribunal de Justiça antes de seguirem para a Câmara Municipal e o Palácio Guanabara.

Agressão. Enquanto a manifestação acontecia em frente ao Palácio Guanabara, professores da rede estadual disseram ter sido agredidos pela Polícia Militar no mesmo local, depois de audiência com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, no início da noite desta segunda-feira. O tumulto ocorreu após a reunião com Pezão, em que uma comissão do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) negociou reajuste salarial, entre outras reivindicações.

“A categoria está cansada de promessas que não são cumpridas. Depois da audiência, um grupo resolveu ocupar o Palácio e foi retirado à força. Arrastaram as pessoas, puxaram pelo cabelo, bateram em mulheres”, afirmou Alex Trentino, coordenador do Sepe. O grupo foi obrigado a sair por outro acesso ao Palácio e acabou se encontrando com os manifestantes que faziam protesto em frente à sede do governo,

O governo do Estado divulgou nota confirmando que professores “irredutíveis” tiveram de ser retirados pela segurança do Palácio Guanabara. “O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, e o subsecretário de Educação, Antonio Neto, receberam em audiência no Palácio Guanabara representantes do Sepe, para ouvir e manter o diálogo com o sindicato. Lamentavelmente, após a reunião, parte do grupo decidiu ocupar o Palácio. Irredutíveis, foram retirados do local pela segurança”, diz o texto. “Infelizmente, em seguida, grupos radicais desejosos do confronto chegaram à frente do Palácio com ações violentas e tentativas de invasão, chutando o gradil, jogando coquetéis molotov e atirando rojões. Esses grupos não estão interessados no diálogo e na democracia. Apenas apostam no caos.”

fonte:agenciaestado