Incidente sobre ajuda à Grécia serve para mostrar plena sintonia entre os governos Dilma e Obama
Folha de S. Paulo – Clóvis Rossi

Guido Mantega, o ministro da Fazenda, pode não estar vivendo exatamente momentos de glória, mas nem por isso deixou de fazer um belo sermão ao Fundo Monetário Internacional, que, no fundo, reflete a convicção mais profunda do governo Dilma: crescimento é tão ou mais importante que austeridade.
Mantega aproveitou o mal-entendido com Paulo Nogueira Batista Jr., o representante brasileiro e de um punhado de outros países latino-americanos no Fundo Monetário Internacional, para dizer ao FMI que ‘o programa de resgate da Grécia e de outros países da periferia da zona euro precisa ser revisto de forma a permitir melhores oportunidades de recuperação para tais países’ (refere-se, essencialmente, a Espanha e Portugal, além da Grécia).
Como se sabe, o programa do Fundo prevê duros ajustes que, em vez de resgatar tais países, ajudaram a afundá-los na recessão.
Nogueira Batista dissera a mesmíssima coisa, acrescentando que, no ritmo em que vão as coisas, a Grécia não conseguirá pagar suas dívidas e terá que recorrer a um novo calote, inclusive na dívida para com o FMI. A divergência se deu porque Nogueira Batista votou contra a liberação de mais uma fatia do socorro à Grécia, com o que Mantega não concordou.
É razoável supor que, na fase atual da economia brasileira, que não entusiasma ninguém além de Mantega e Dilma, o sermão do ministro ao Fundo pode parecer pretensioso. Não é. Continue lendo aqui o artigo na íntegra.