
Hylda Cavalcanti
Do Jornal de Brasília
A população foi às ruas pedir e os parlamentares demonstraram avidez para votar uma agenda positiva para o país. Mas embora vários dos clamores tenham sido acatados, o Congresso Nacional começa a semana sem saber se entrará oficialmente em recesso e com um saldo nada positivo.
Das várias matérias apreciadas no último mês, conforme avaliação dos próprios deputados e senadores, muitas terminaram maquiadas para parecer que as manifestações foram ouvidas (caso do projeto que propunha a extinção de suplentes no Senado) ou ficaram com votação terminativa adiada para o segundo semestre.
Isso porque, entre os atrasos, destaca-se a apreciação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que, por conta de um dispositivo constitucional, se não for votada até o dia 17 de julho de cada ano, impede Câmara e Senado de entrarem em recesso.
Como a maioria dos deputados e senadores consideram praticamente impossível uma matéria tão complexa vir a ser discutida em apenas três dias, é tido como certo que as próximas duas semanas de julho serão de sessões não deliberativas, onde os parlamentares poderão fazer discursos e homenagens no plenário, caso haja quórum para isso – numa espécie de recesso branco.
“O momento não é de se pensar em dias de folga. Vamos ter como retorno uma enorme frustração por parte da população”, afirmou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), relator do parecer da LDO na Comissão Mista de Orçamento. “Já deixamos de votar alguns projetos importantes e se optou por textos incompletos, como o da suplência de senadores. Parar agora será desastroso para a imagem do Congresso”, completou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).