Dilma segue script de manifestantes, mas pauta fica vaga

 

 

A Presidente da República, Dilma Rousseff, acaba de dar um pronunciamento em cadeia de Rádio e TV.

 

A fala foi sóbria, mas ficou vaga, como a pauta dos manifestantes, mostrando que o Governo aparenta não ter a real dimensão do que está acontecendo.

 

E antes que pense que estou aqui me opondo a ela, saiba que estou preocupado com o que está por vir. Era melhor ter esperado a próxima semana, talvez os protestos diminuam com a saída do MPL das passeatas. E as imagens dos vândalos no Jornal Nacional afastem os “pacíficos”. Um pedido de pronunciamento em cadeia nacional é algo que se faz apenas uma vez. Se pedir de novo, vai passar uma impressão péssima.

 

Dilma falou que vai colocar recursos para educação, contratar médicos e falou que precisamos de uma reforma política. Falou ainda de um Pacto com os governadores, que também estão em uma enorme crise de representatividade.

 

Em resumo: não de tudo e não falou de nada que

tire

uma só pessoa das ruas.

Ou Dilma parte para uma proposta agressiva e aplicável rapidamente, ou o negócio vai ficar feio.

 

Porque se ficar falando que vai mandar o dinheiro do Pré-Sal para educação, nem mesmo seus assessores levarão à serio.

 

Disse que vai chamar entidades para negociar. Que entidades? Até o MST foi rechaçado, com bandeiras queimadas. Que diria a UNE e afins.

 

De sua fala, apenas o combate ao vandalismo merece destaque. E sua postura, que aparenta preocupação e sobriedade. Na verdade este nunca foi o problema dela, já que aparenta ser uma pessoa extremamente séria.

 

O pronunciamento ficou parecendo peça de marketing eleitoral, onde se leu uma pesquisa de opinião cheio de desejos do povão nas ruas.

 

Parece que não perceberam que um dos motivos para o povo estar nas ruas é justamente a falta de cumprimento de promessas.

 

A única proposta decente até agora partiu de um grupo de seis senadores, liderados por Cristovam Buarque, que pede a formação de uma Assembleia Constituinte para um prazo de um ano, fazer a reforma política. E quem fosse eleito para ela, ficaria 8 anos se ser candidato a nada. Infelizmente esta proposta ficou perdida em meio ao seu estapafúrdio pronunciamento de fim dos partidos.

 

Esta sim, seria uma pauta para unificar.

 

Já em relação à PEC 37, ela realmente não deveria se meter, já que este é assunto do Congresso.

 

Enquanto ficar com o discurso vazio o povo não sairá das ruas.

 

Em resumo: fez um discurso sóbrio, que passa credibilidade em alguns momentos, mas que não vai surtir o efeito desejado. A não ser que o intuito tenha sido o de acalmar um pouco a população.

 

E mesmo para os que não gostam do PT, saibam que o momento é para ficar ao lado dela, porque uma crise institucional mais grave não interessa a ninguém.

 

Se for para ficar pedindo Fora Dilma, não contem comigo.

fonte:acertodecontas

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