Sete países questionam Google sobre privacidade no Glass

  • Em carta encaminhada a Larry Page, autoridades pedem garantias aos direitos individuais

Representantes de dez órgãos governamentais de privacidade e proteção de dados de sete países assinaram uma carta enviada à Google pedindo explicações sobre os cuidados tomados pela empresa com o Glass, óculos que funciona conectado a um smartphone e possui várias funções, como tirar fotos, gravar vídeos e fazer ligações.

A carta foi endereçada ao diretor executivo da Google, Larry Page, e é assinada por dez representantes do Canadá, Holanda, Austrália, Nova Zelândia, México, Israel e Suíça, informa o “New York Times”. Em maio, documento semelhante foi assinado por oito membros do Congresso americano.

“Nós estamos muito interessados em ouvir sobre as implicações de privacidade desse novo produto e os cuidados que vocês estão tomando para garantir que, com o avanço do Glass, os direitos individuais de privacidade sejam respeitados em todo o mundo”, diz o documento.

As autoridades levantam temores sobre a “vigilância onipresente” e questionam sobre as garantias de privacidade, quais os planos da Google sobre os dados coletados pelo Glass e como “questões sociais e éticas mais amplas” estão sendo abordadas. Eles lamentam que a empresa ainda não tenha procurado órgãos de proteção de privacidade para discutir as implicações do dispositivo.

Page abordou questões semelhantes em reunião com acionistas realizada este mês. Segundo o executivo, muitas pessoas já carregam suas câmeras de celular em todos os lugares e com o Glass não será diferente.

— As pessoas se preocupam com muitas coisas que, quando usamos os produtos, não se tornam um problema real — afirmou, na ocasião. — Quando você vai ao banheiro, você não vai entrar em pânico se vir uma pessoa usando o Glass, assim como você não entra em pânico quando alguém usa o celular.

A vice-presidente de Políticas de Privacidade da Google, Susan Molinari, respondeu aos congressistas este mês. Ela escreveu que o Glass não vai incluir reconhecimento facial, os usuários poderão apagar a memória do dispositivo se ele for roubado e que a Google conta com a ajuda dos desenvolvedores que estão testando a ferramenta para discutir a questão.

fonte:afp