Dólar sobe e vale R$ 2,16; Bolsa já cai mais de 2%

Pelo terceiro dia consecutivo, o dólar comercial mantém sua trajetória de alta frente ao real nesta terça-feira (11) e o mercado já aguarda novas intervenções do Banco Central. A moeda americana já abriu o dia com valorização e renovou a máxima dos últimos quatro anos ao atingir patamar de R$ 2,167 logo depois da abertura. Por volta de 9h55, a divisa estava subindo 0,55% cotada a R$ 2,157 na compra e R$ 2,159 na venda.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o principal índice do pregão abriu em queda e por volta de 10h29m, se desvalorizava 2,02% aos 50.277 pontos, perdendo o patamar dos 51.000 pontos.

O movimento de alta do dólar no Brasil segue tendência do exterior, onde a moeda americana ganha valor frente a divisas de países emergentes. De acordo com Alfredo Barbutti, economista da corretora BCG Liquidez, a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) reduza o programa de estímulo à economia americana, que todo mês coloca mais U$ 85 bilhões em circulação, assusta o mercado. Isso faz com que investidores tirem recursos dos países emergentes, como o Brasil, e busquem títulos americanos. Os juros destes papéis estão subindo.

“A percepção de que os fundamentos da economia brasileira pioraram faz que os investidores tirem recursos do país. No mercado doméstico, mais empresas começam a buscar hedge (proteção) colocando mais pressão sobre a moeda americana”, diz Barbutti.

Na segunda, mesmo com duas intervenções, o Banco Central não conseguiu reverter a tendência de alta do dólar. O dólar fechou com valorização de 0,70% frente ao real cotada a R$ 2,148.

A alta do dólar pressiona os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), já que esse movimento pressiona a inflação. O contrato com vencimento em janeiro de 2014 sobe de 8,67% para 8,77%. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 avançava de 9,44% para 9,81% e os DIs com vencimento em janeiro 2017 passavam de 10,31% para 10,80%.