A ascensão do PSDB e o declínio do PT

por  Maurílio Ferreira Lima

Pesquisa Datafolha para o Governo de São Paulo mostra o governador Geraldo Alckimin (PSDB) reeleito tranquilamente em todos os cenários contra todos os adversários. Até em uma simulação contra Lula (PT), Alckmin tem 42% e Lula 26%.

Detalhe importante da pesquisa: apesar de vencedor no primeiro turno contra qualquer candidato, o governador paulista tem aprovação de 51%, 2 pontos a menos  que a presidente Dilma Rousseff (PT) em todo o Brasil.

As tendências apontadas pela pesquisa são de suma importância para a democracia brasileira. A reeleição de Alckmin é a consagração da pluralidade partidária e ideológica no país.

A pluralidade no Brasil de hoje começa por São Paulo, com o governo tucano e a prefeitura da capital petista.

Com Alckmin governando São Paulo e candidato isolado, sem concorrente dentro do partido e fortíssimo para o pós Dilma Rousseff.
Essa pluralidade a nível nacional é importante para evitar que o PT se sinta governando sozinho e absoluto o país.

PT é um partido de origem antidemocrática, autoritário e a favor da ditadura do proletariado desde a sua formação, e pode ter uma recaída se não houver um contraponto forte.

Lula só abandonou a ideia de liquidar o regime democrático quando constatou que um operário só chegaria a Presidência da República na plenitude democrática. Pode ter uma recaída. Precisa de um contraponto.

Sua sucessora pegou em armas contra a democracia. Hoje, rendeu-se à democracia. Pode ter uma recaída. Precisa ter um contraponto.
A vitória de Alckmin consagra o perfil de um político profundamente ético. O governador paulista é o que se pode classificar de um homem bom. Humano, solidário, honesto e decente por convicção.

É um conciliador por natureza. Tem horror de confrontos, gosta de juntar. Seu temperamento levou o macaco Simão a botar o apelido de Picolé de Chuchu e dizer que em um baile só dança com a irmã.

Com Aécio Neves (PSDB) morrendo eleitoralmente nessas eleições de 2014, Alckmin só tem que esperar o tempo de disputar a presidência em 2018, sem ser o candidato anti-Dilma, Lula e PT.

Simplesmente será o candidato de um novo tempo, que não enterra o passado, mas parte para outra aproveitando tudo de bom que aconteceu.

A disputa presidencial em 2014 e 2018.

Quem duvidar, verá. O mais provável é a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno. Essa probabilidade não elimina a possibilidade de haver um segundo turno, disputado por Dilma e Aécio, como mostra a pesquisa.

A disputa presidencial agora e em 2018 para o governador Eduardo Campos.

Tendo apenas 6% nas pesquisas, sem nenhuma possibilidade de crescer e arrumar tempo de tevê, em uma eleição eletrônica, o  governador Eduardo Campos não teria porque deixar a disputa, apesar de chance zero de chegar a um possível segundo turno.

Mas o problema é outro. Cada dia é maior a resistência de governadores, deputados e senadores contra uma candidatura própria do PSB contra Dilma Rousseff. A última pesquisa reforça essa resistência.

Mas algo para Eduardo Campos refletir para seu futuro é a provável reeleição de Alckmin em São Paulo e sua consagração como candidato presidencial em 2018.

Portanto, em 2018, o PSDB e aliados já têm candidato. Para o governador Eduardo Campos enfrentar Alckmin, só teria uma mínima chance com o apoio de Lula, Dilma e PT.

Só desistindo de disputar em 2014, se engajando de corpo e alma na linha de frente na reeleição de Dilma Rousseff, Eduardo Campos teria chance de obter o apoio de Lula, Dilma e PT em 2018, como fiel aliado que sempre foi.

Acreditar que o PT, depois de governar 16 anos o país, desistiria de candidato próprio, seria a mesma coisa que acreditar em duendes.

Mas existe a séria possibilidade, mesmo remota, do desgaste do PT ser tão grande que para enfrentar Alckmin em 2018, haveria mais chance de ganhar com um aliado a perder para o adversário.

Nessa hipótese, mesmo remota, a candidatura de Eduardo Campos em 2018 teria o apoio de Lula, Dilma, PMDB e aliados e provavelmente seria eleito.

Aos que adoram me criticar, dizendo que eu quero ser a Mãe  Dinah da política, eu  respondo dizendo que tudo que escrevi acima são elucubrações de alguém que teve  intensa atividade política eleitoral e observa minuciosamente a vida política nacional e internacional.

Como não vivo em Cuba nem na Coreia do Norte, tenho o direito legal e consagrado pela opinião pública de dizer o que penso desde que não ofenda ninguém.

*Ex-deputado federal e radialista.

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