
Freio de arrumação
Entrando no sexto mês à frente da Prefeitura do Recife, Geraldo Júlio (PSB) precisa urgentemente dar um freio de arrumação, o chamado choque de gestão em seu governo. A máquina não azeitou ainda.
Há riscos de greve por parte dos servidores municipais, que ontem promoveram um ato na Câmara, insatisfeitos com os baixos salários pagos. Geraldo enfrenta problemas na articulação política com a Câmara.
Escolheu também auxiliares que não vêm correspondendo. Valmar Correia, de Educação, é um bom professor, foi reitor da Universidade Federal Rural, mas não tem tido um bom desempenho porque falta a ele verniz em gestão de educação básica.
De bons professores, a universidade está cheia, como de boas intenções o céu também está cheio. Os problemas educacionais no Recife são diferenciados, por isso Valmar ainda não encontrou os caminhos da pedra.
Jailson Correia, de Saúde, é outro que não disse ainda a que veio. De saúde municipal não entende patavinas. Foi importado de Brasília, onde atuou na área de ciência e tecnologia, o que, convenhamos, passa longe da problemática que encontrou no Recife.
Geraldo anunciou, com muita exposição na mídia, o início das obras do Hospital da Mulher, ao custo de R$ 45 milhões, mas o projeto se vier mesmo a sair do papel ficará para 2015, porque depende de recursos federais e não do dinheiro azul e branco do caixa municipal.
Fica difícil, por fim, azeitar uma máquina e dar um choque de gestão quando se mantém no governo o PT, partido que derrotou na eleição passada. Nunca vi nada mais contraditório, o que leva o prefeito a ter inibição na exposição das vísceras da verdadeira herança maldita.
É bom, entretanto, que Geraldo busque o azeite para mostrar na prática que é de fato um gerente ousado e moderno, produto que o governador vendeu na campanha. Do contrário, isso poderá ter reflexos na sucessão de Eduardo nas eleições de 2014.
fonte:blogmagno