
MAR MORTO, de Gentil Porto Filho, é a próxima exposição a ser inaugurada no IAC – Instituto de Arte Contemporânea da UFPE. A abertura ocorrerá no dia 6 de junho, às 19h, e o encerramento no dia 5 de julho. O artista ocupará as três salas do casarão da rua Benfica com imagens, objetos e instalações.
Na sala do térreo será exposto um conjunto de fotografias de icebergs emolduradas junto com bilhetes de advertência escritos pelo artista. Esse conjunto de imagens e pequenos textos será completado por um quadro com um barco tridimensional que há décadas vem fazendo parte da memorabilia da residência de seus pais e antepassados.
Numa das salas do pavimento superior, o artista apresentará uma instalação composta de trinta e seis bacias de plástico com água, dispostas em quatro fileiras, de modo a impedir o acesso do público ao espaço expositivo. Assim, o trabalho pode ser apreendido visualmente apenas a partir da porta de entrada, de onde se ouvirá uma canção que dialoga com o ambiente proposto.
Na parte central da outra sala serão dispostas duas mesas de madeiras que fogem do padrão pela inusitada altura de 2,10m. Híbrido de mesa e portal, cada um desses objetos servirá de base para um vaso de vidro que se mostra tatilmente inacessível ao público. Enquanto um dos vasos conterá somente água, outro receberá apenas flores, que murcharão ao longo do período da exposição.
Segundo Oriana Duarte, que escreve o texto de apresentação da exposição, o trabalho de Gentil Porto Filho “escancara a inquietude do homem face ao seu tempo cronológico – um modo de operar fora do lugar no fluxo intenso, porém finito, dos seus dias”. Ao manifestar forças da natureza e do inconsciente tão arcaicas quanto enigmáticas, o conjunto das propostas distancia-se do racionalismo utilitarista que, após dominar o mundo da economia e do trabalho, vem também subjugando, conforme o artista, a própria arte contemporânea.
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