Procuradora do estado Izabel Moreira, 41 anos, encontrou dezenas de livros e seis fotos datadas de 1968. Foto: Mariana Fabrício/Esp. D.P/D.A Press

Foi entre entulhos de uma obra realizada na esquina da Rua do Futuro com a José Clementino, no bairro das Graças, que a procuradora do estado Izabel Moreira, de 41 anos, encontrou dezenas de livros e seis fotos datadas de 1968. Agindo por “dó” e com a intenção de devolver os pertences ao dono, Izabel recolheu tudo o que podia e resolveu recorrer às redes sociais para iniciar a busca pelo proprietário do material. Postando as fotos e indicando a localização de onde foram encontradas em sua página pessoal do Facebook, ela iniciou a campanha dia 25 de maio.

Imagem tem o título “Médicos UFP 1968”. Foto: Facebook/Reprodução

Apaixonada por livros, ela conta que a primeira reação que teve foi de impedir que diversas obras fossem para o lixo. “Estava voltando da academia quando vi que na reforma ao lado da minha casa haviam várias revistas, livros, móveis e fotos junto com os restos da obra. Pedi permissão aos trabalhadores que estavam no local, peguei tudo o que consegui e levei para casa. Fiquei com muita pena que os livros, que podiam ser doados, fossem parar no lixo. Além das fotos, que devem ter algum valor sentimental”, explica.

Imagem tem os dizeres “Augusto Conde de Amoso e Braga, Vespinha – a Víbora, Carminha, Xinxila (já viu, né?), Lisete – de prata, Ademar – borboleta, Denner, Emílio von Schuler, Betucabrito”. Foto: Facebook/Reprodução

Confira a publicação de Izabel na íntegra:

“Tratam-se de fotos que “resgatei” na demolição da casa onde hoje funciona o Nakaffa e o Kwai Burger. Fiquei com dó, pois iam mesmo para o lixo. Coisa de gente romântica… Queria encontrar os donos, para devolvê-las…Ajudem-me! Em duas delas tem o título “Médicos UFP 1968” e em outra, os seguintes dizeres: “Augusto Conde de Amoso e Braga, Vespinha – a Víbora, Carminha, Xinxila (já viu, né?), Lisete – de prata, Ademar – borboleta, Denner, Emílio von Schuler, Betucabrito (acho que é isso…está ilegível)”.

Fotografias foram encontradas nos escombros da casa onde hoje funciona o Nakaffa e o Kwai Burger. Foto: Mariana Fabrício/Esp. D.P/D.A Press

Apesar de as fotos serem dos anos 60, Izabel acha possível que a família se interesse pelo material. “Eu acho que todo mundo gosta de ter fotos antigas, quem tem as suas, geralmente as preserva. Então eu fiz o que gostaria que fizessem comigo. Guardei para tentar identificar a quem pertence”, justifica.

No local da antiga casa de número 858, hoje funciona uma galeria. O dono de um dos estabelecimentos instalados no prédio conta que alugou a um grupo e que não teve nenhum contanto com os antigos moradores. “Tudo foi acertado com um grupo que alugou o espaço. Quando cheguei na casa, só haviam móveis antigos. Não conheço ninguém que morava aqui”, explica Robert Mocock, dono do Kwai Burguer.

Depois da iniciativa, o que Izabel espera é que a história seja divulgada. “Fiz isso tudo por impulso, mas espero realmente encontrar os donos do material achado. Faço um apelo às pessoas, para que divulguem ou para alguém que eventualmente conheça os personagens das fotos e dizer que eu estou de posse dos objetos para que possamos encontrá-los”, finaliza.

fonte:dponline