
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou, nesta terça-feira (21), o impacto de novas declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Ontem, o magistrado citou a “ineficiência” do Congresso Nacional e disse que o lugar é “inteiramente dominado”.
Para Renan, não é possível distinguir se o ministro falou como chefe de poder ou como professor. “Eu acho que, com certeza, ele não falou ali como chefe de poder”, disse o peemedebista.
O senador tomou uma postura mais amena comparada à reação do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que disse considerar a manifestação de Barbosa “desrespeitosa” e que isso “não contribui para a harmonia” entre os poderes.
Dessa forma, Renan tenta evitar um novo capítulo na crise entre os poderes que, só este ano, já teve dois episódios: a aprovação, pela Câmara, do projeto que cria Tribunais Regionais Federais (TRFs) – Barbosa se manifestou abertamente contrário à proposta – e a interrupção, por uma liminar do STF, do projeto que proíbe a criação de novos partidos enquanto ainda estava em votação do Senado.
Após afirmar que parte dos problemas do Congresso ocorre porque são “de mentirinha”, e que a população brasileira raramente se identifica com seus representantes, a assessoria de imprensa da Suprema Corte divulgou nota para dizer que o presidente do poder se manifestou na “condição de acadêmico e professor”, sem a intenção “de criticar ou emitir juízo de valor” sobre o Legislativo