Patrono e beneficiário da reeleição, FHC falou sobre o tema em entrevista ao repórter Cristian Klein. Para ele, “é cedo para julgar” o instituto, empurrado para dentro da Constituição em 1997, em plena era tucana. “Quatro anos é muito pouco tempo para você fazer alguma coisa de mais duradouro. Seis anos é razoável, mas pode ser que seja errado para uma pessoa que não esteja fazendo o que o país quer. Na média é melhor ter quatro mais quatro.”
Na opinião de FHC, a reeleição “funcionou” nos Estados Unidos. “E mesmo no Brasil mostrou ter certa eficiência. Portanto, eu manteria minha posição. Mas isso não é uma questão da ordem política e conjuntural. Não vejo razão para ele [Aécio] estar discutindo isso agora.”
De fato, reeleição não é assunto fácil para o tucanato. Lembra um personagem do governo FHC. Personagem marcante. Misturados todos os auxiliares do ex-presidente tucano num copo de liquidificador, sacudidos, bem batidos, dava Sérgio Mota. Serjão era o ministro-tratar. Abria as picadas, fazia a terraplenagem, regularizava o terreno político.
Ao final do seu primeiro mandato, FHC estava enrolado em fitas que continham vozes de dois deputados acreanos. Falavam de Serjão e de uma certa “cota federal”, recebida em troca da aprovação à emenda da reeleição. Coisa de R$ 200 mil, em valores da época. Os falastrões tiveram os mandatos passados na lâmina. Outros três renunciaram. FHC foi reeleito. E as tentativas de apuração foram abafadas. Quer dizer: Aécio brinca de corda com o pescoço alheio.
fonte:blogjosiasdesouza