Um trote organizado por veteranos da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos terminou em baixaria na tarde da última terça-feira (26). Alguns alunos chegaram a ficar pelados e fizeram gestos obscenos para hostilizar um grupo de feministas que protestava contra o “Miss Bixete”, espécie de concurso de beleza a que as calouras são submetidas.
As estudantes, membros da Frente Feminista de São Carlos, reclamam da forma como as novatas são tratadas. Segundo elas, os veteranos obrigam as calouras a desfilar e mostrar os seios. Haveria também uma prova em que as estudantes competem para ver quem chupa primeiro um picolé, simulando sexo oral.
Alunos da USP ficam pelados para hostilizar feministas em São Carlos9 fotos
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“É uma exposição absurda das meninas. Por mais que elas não sejam obrigadas fisicamente a participar, há uma grande pressão dos veteranos, e das veteranas também, para que elas façam aquelas coisas”, afirmou a estudante Loiane Vilefort, integrante do movimento, que tentou convencer as calouras a não participar do trote.
Apesar de ocorrer dentro da sede do Caaso (Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira), o evento é organizado por um grupo autônomo de alunos que se autodenomina GAP (Grupo de Apoio à Putaria), que realiza festas e outros eventos estudantis.
O estudante Rafael Serres, presidente do Caaso, disse ao UOL que a direção do centro acadêmico não apoia o “Miss Bixete” por considerá-lo um ato de “machismo e preconceito”. “Inclusive, desde o ano passado nós organizamos um trote paralelo, pacífico, justamente para que as pessoas não participem do Miss Bixete”, disse.
Por meio de nota, a direção da USP São Carlos afirmou que é “veementemente contra qualquer ação que cause constrangimento” e que abrirá procedimento administrativo para identificar os envolvidos.
“As atividades em questão não fazem parte da programação da Semana de Recepção dos Calouros, promovida pelas unidades do campus da USP em São Carlos, cujo objetivo é promover a integração dos novos alunos ao ambiente universitário”, diz a nota da USP São Carlos, que disponibiliza um disque trote para coibir atividades abusivas.
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