Ricardo STUCKERT/foto
Quem viu Dilma Rousseff na campanha presidencial de 2010 e a viu ontem em João Pessoa inevitavelmente terá percebido uma grande diferença entre uma e outra. A de ontem estava completamente à vontade ao discursar, procurando traduzir para o povo os temas ou palavras mais complexas.
Ao falar das retroescavadeiras entregues aos prefeitos, por exemplo, ela disse: “Nós depois vamos entregar também motoniveladoras e caminhões caçamba, para que os prefeitos possam construir suas estradas – estradas onde passam os estudantes para as escolas, onde passam as pessoas para o trabalho, onde passa o alimento de todos”.
Sobre os apartamentos do Conjunto Jardim Veneza, que entregou ontem, ela começou dizendo que, “como mulher”, quis entrar antes nas habitações para ver como estava o chão, as paredes da cozinha, o acabamento de tudo – e, se não estivesse bom, para reclamar com o construtor. A casa não era só um espaço físico, mas um lar, acrescentou: “Um lugar para criar os filhos, receber amigos, conversar e também para tomar uma cervejinha”.
O ponto alto dessa versão Dilma falando a linguagem do povo ocorreu nas últimas palavras do seu discurso, antes de viajar para Itatuba (a 106 km de João Pessoa), onde cumpriria a segunda parte de sua agenda na Paraíba. “Sabe uma das coisas que me deixou feliz ao chegar aqui?”, perguntou ela. “Passar pelos lugares e escutar: Ói ela aí!”
fonte:DP/Vandeck Santiago