Viver é uma arte difícil no eco da busca! Ouvem-se os lamentos dos fracos, dos que hibernam nos apegos enfadonhos do labirinto da vida. E não buscam alçar novos vôos, tampouco se importam com o crescimento individual, que traz o regozijo da alma e a satisfação interior. Não te preocupas não, olha para o alto.
Disse, certo dia, um velho marinheiro: na tempestade da vida só há uma coisa a fazer: colocar o navio em uma determinada posição e manter. Este é o segredo do sucesso. Ou seguir com o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar. E vestido de coragem desenfreada manter-se firme, constante. Porque em vindo o vento, a tempestade, os trovões, os raios, as ondas, os vagalhões, também podem vir até mesmo as rochas perigosas, mas nada será inabalável. O importante mesmo é atar ao leme, frustrar o impossível, romper as barreiras do impraticável e ultrapassar as camadas longínquas da desconfiança. Com perseverança, com intrepidez e ousadia atingir o imbatível.
Porque o intransponível da vida são os barcos que levamos nos olhos, navegando com o leme abrindo caminhos de sol e mares com um carteiro enlouquecido abrasado ao horizonte. E seu sorriso palpitante onde pulsa a certeza de que todos os dias do calendário são seus no incandescido pilar de vencedor.
Artigo publicado na Gazeta Pernambucana edição nº 34 de 02 a 08 de maio de 2008