Lula traz Lava Jato na mala

 

     Por  Gabriel Garcia, direto de Brasília

Para mostrar resistência às mãos hábeis do juiz federal Sérgio Moro, que carregam a balança da deusa da Justiça Têmis no combate à roubalheira desvendada pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca, hoje, no Recife, para dar continuidade a um tour pelo Nordeste. Em vez de impulsionar as vacilantes candidaturas de aliados a prefeitos nas capitais dos estados da região, que já foi reduto eleitoral do PT, Lula traz na mala a crise da Lava Jato.

Em Fortaleza (CE), Lula participou, ontem, de comício em apoio à candidatura da deputada Luizianne Lins (PT). De acordo com pesquisa Datafolha, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob o protocolo CE-05460/2016, a ex-prefeita aparece em terceiro. Nem sequer disputará o segundo turno. Hoje, Lula participa de encontro para turbinar a candidatura do ex-prefeito João Paulo (PT), que aparece 11 pontos percentuais atrás do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição.

De acordo com pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral Pernambuco (TRE-PE) sob o protocolo PE-09778/2016, Geraldo tem 38% das intenções de voto contra 27% do petista. O ato terá concentração em frente à Câmara Municipal do Recife, às 16 horas. “Estaremos juntos com ele (Lula) e João Paulo”, conclama o senador Humberto Costa.

Pela manhã, o ex-presidente visitará Natal, onde apoiará o petista Fernando Mineiro, que aparece em quarto na pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sob o número 06747/2016, com fabulosos 5% das intenções de voto. Se as candidaturas dos aliados já correm risco sem nenhuma intervenção de Lula, a situação se agrava com declarações do ex-presidente contra a Justiça e o juiz federal Sérgio Moro.

Seus truques retóricos ficaram obsoletos e perderam o efeito. Além disso, o brasileiro defende a Operação Lava Jato. Lula envelheceu – e não apenas em relação à idade. Está longe de ser aquele político que deixou a Presidência da República com 80% de aprovação. Tornou-se uma cruz para os aliados, difícil de carregar.

 do blog do Magno

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