PF prendeu Gean Loureiro, delegado Fernando Caieron e ex-chefe da Casa Civil de Santa Catarina
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi preso temporariamente na manhã desta terça-feira (18) na Operação “Chabu”, realizada pela Polícia Federal em Santa Catarina. A prisão temporária tem duração de cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco.
Servidores e políticos são alvo de operação da Polícia Federal em SC
Ao todo, estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e outros 23 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4) em Porto Alegre (RS). A competência é do TRF4 em função do foro privilegiado.
O caso está em segredo de justiça e a relatoria é do desembargador federal Leandro Paulsen, o mesmo que atua nas operações Moeda Verde e Lava-Jato.
Prefeito prestará depoimento na PF
Informações sobre o que teria motivado o mandado de prisão temporária contra o prefeito não foram divulgados. Em nota, a Prefeitura de Florianópolis afirma que o prefeito Gean Loureiro concordou em prestar todas as informações necessárias e prestará depoimento na Polícia Federal.
Afirmou ainda que a suposta relação entre o prefeito e os envolvidos não teria nenhuma ligação com eventuais atos. “As informações preliminares dão conta de que não há nenhum ato ou desvio de recursos públicos relacionados à prefeitura”, disse em nota.
Por lei, quando se trata de afastamento do prefeito, é o vice quem responde pela prefeitura. No entanto, conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Florianópolis, por hora, o vice João Batista Nunes (PSDB), ainda não assumiu no lugar de Gean Loureiro.
Conforme apurado pela CBN Diário, funcionários do gabinete do prefeito Gean Loureiro não puderam entrar no local de trabalho até o fim da manha desta terça. Segundo os servidores, agentes da Polícia Federal estariam no local. Na recepção do gabinete, entretanto, a presença dos policiais não foi confirmada.
De acordo com relatos, os agentes estariam no prédio da Procuradoria da Fazenda Nacional, localizado ao lado da Catedral Metropolitana. Neste prédio, funcionários confirmaram que os policiais estiveram no inicio da manhã, mas não souberam dizer se levaram documentos ou computadores.
Investigação teve início com a operação Eclipse
De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início após análise dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse realizada em agosto de 2018. Segundo a polícia, foi apurado que a suposta organização criminosa construiu uma rede composta por políticos, empresários, e servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar ‘salas seguras’ a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas”, afirmou a PF em nota.
Estão sendo investigados crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa conforme a Polícia Federal.