A cantora e atriz de 76 anos foi encontrada morta na sua casa em Paris este domingo, 16 de julho.

Jane Birkin morreu este domingo, 16 de julho. A atriz e cantora foi encontrada sem vida na sua casa em Paris, segundo o “Le Parisien”. A causa do óbito ainda não foi revelada. A artista havia sofrido um AVC em 2021.
Há dois meses, em maio, cancelou alguns concertos por motivos de saúde. “Sempre fui uma grande otimista e percebo que ainda preciso de um pouco de tempo para poder voltar aos palcos”, escreveu na altura.
Birkin nasceu em Londres em 1946, mas mudou-se para França no final da década de 1960. “Acabou por naturalizar-se francesa, mas manteve sempre o sotaque britânico e a voz inconfundível”, refere o mesmo jornal.
No final dos anos 60 conheceu Serge Gainsbourg, um dos nomes incontornáveis da música francesa. Juntos formaram um casal icónico, e juntos, protagonizaram um dueto inesquecível em “Je t’aime… moi non plus”. A canção, que chegou ao topo das tabelas em 1969, tornou-se tão conhecida quanto controversa.
A letra, de teor erótico, acompanhada pelos suspiros apaixonados de Birkin, causou um grande escândalo na época. A imprensa atacou a mensagem obscena e muitas estações de rádio não a incluíram nas playlists pelos mesmos motivos. O tema despertou a atenção do Vaticano que publicou uma nota condenando a natureza imoral do mesmo. A indignação que provocou no seio dos setores mais conservadores fez com “Je t’aime… moi non plus” se tornasse ainda mais popular. Em poucos meses vendeu um milhão de cópias.
Da relação de Jane com Serge nasceu Charlotte Gainsbourg, também ela uma artista multifacetada, com trabalhos da moda à música, passando pelo cinema.
Após a morte de Gainsbourg, Birkin voltou a casar, desta vez com o compositor John Barry, e Charlotte ganhou uma irmã, Kate. Os hábitos familiares de Jane, porém, pouco se alteraram. Conhecida pela forma despreocupada como encarava a maternidade, foi a própria Birkin quem confessou a habitual negligência, sua e de Barry, provocada pelas noitadas. Chegavam em casa quando as jovens já se preparavam para irem para a escola. E isso levou a outro drama familiar.
Kate Barry ao lado de sua mãe Jane Birkin
Kate Barry sofreu durante vários anos com o vício do álcool e das drogas, que começou ainda durante a adolescência. Em 2013, foi encontrada morta nas ruas de Paris, numa aparente queda da varanda do seu apartamento no quarto piso. Nunca foi possível concluir se a tragédia resultou de um acidente, ou se foi mesmo um suicídio.
Ao longo dos anos, Jane Birkin foi acumulando temas e papéis no cinema. “La Piscine”, de Jacques Deray (1969), “Don Juan”, de Roger Vadim (1973), onde contracenou com Brigitte Bardot, são alguns dos mais conhecidos. No campo da música lançou vários álbuns como, “Baby Alone in Babylone”, “Amours des Feintes”, “Lolita Go Home” e “Rendez-vous”.
A musa da famosa mala de luxo da Hérmes
Quando a atriz e cantora Jane Birkin se preparava para embarcar para Londres, há cerca de 34 anos, deixou cair tudo o que levava num modesto cesto de palha. Entre os seus pertences, estava um diário Hermès. Curiosamente, foi o diretor da marca na altura, Jean-Louis Dumas, que ajudou a britânica a juntar os pertences que estavam por terra. A situação que parece saída de uma comédia romântica, esteve na origem da criação de um objeto de culto que é uma homenagem à protagonista do momento cujo apelido deu nome ao modelo.
Desde então, o fato de terem apostado numa oferta muito limitada tornou a Birkin numa das carteiras mais cobiçadas do mundo. Criada com couro de alta qualidade, cada carteira é integralmente feita à mão. Um só artesão tem de ser treinado pela gigante da moda, pelo menos durante cinco anos, para poder cortar, costurar e polir o artigo manualmente.
As Birkin saem das mãos de artesãos especialistas, com um ritmo de produção muito inferior aos artigos desenvolvidos recorrendo a processos mais estandardizados.