PoderData: Diferença entre Lula e Bolsonaro é de 7%

Do Poder360º

Pesquisa PoderData com 3.500 entrevistas realizada de 14 a 16 de agosto mostra que Lula (PT) tem uma vantagem de 7 pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro (PL) no 1º turno. Hoje, o petista tem 44%; o presidente marca 37%. Com o resultado, a dianteira de Lula sobre Bolsonaro segue estável. Há 15 dias, era de 8 pontos.

Hoje, Ciro Gomes (PDT) tem 6%. Empata tecnicamente com Simone Tebet (MDB), que marca 4%, considerando-se a margem de erro de 2 pontos percentuais. Sofia Manzano (PCB) aparece com 1%.

É a 1ª vez que o PoderData testa os nomes de Soraya Thronicke (União Brasil) e Roberto Jefferson (PTB) no cenário de 1º turno. Nenhum dos 2 teve menções suficientes para pontuar. Eymael (DC), Pablo Marçal (Pros), Felipe d’Avila (Novo), Vera Lúcia (PSTU) e Leonardo Péricles (UP) também não chegaram a 1%.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 14 a 16 de agosto de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.500 entrevistas em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-02548/2022.

Para chegar a 3.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Os nomes de André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União Brasil) foram retirados nesta rodada do PoderData. O deputado mineiro pontuava 2% há 15 dias, mas deixou a disputa ao Planalto para apoiar Lula. Já Bivar, também testado na rodada anterior, cedeu a vaga a Soraya, que é sua companheira de partido.

Também há incerteza sobre a candidatura de 2 nomes testados nesta rodada. Roberto Jefferson se lançou pelo PTB, mas pode ter sua elegibilidade contestada com base na Lei da Ficha Limpa. Já Pablo Marçal enfrenta a cúpula do Pros, seu partido, que não quer a candidatura e prefere apoiar Lula.

As mudanças na lista de candidatos parecem ter polarizado a disputa ainda mais. Agora, Lula e Bolsonaro somam 81% das intenções de voto.

Os números indicam ainda que um 2º turno com Lula e Bolsonaro segue como o cenário mais provável. Líder, Lula tem 47% dos votos válidos –os que são dados a algum candidato, excluindo-se brancos e nulos. Para ganhar no 1º turno, precisaria de pelo menos 50%+1 dos votos válidos. O petista, no entanto, segue com vantagem considerável sobre Bolsonaro no cenário de 2º turno.

FAIXAS DEMOGRÁFICAS

PoderData estratifica os dados de intenção de voto no 1º turno para aferir como cada candidato se sai em diferentes faixas demográficas. Lula tem pontuação mais alta entre mulheres (48%), jovens de 16 a 24 anos (48%), idosos de 60 anos ou mais (50%) e pessoas com renda familiar de até 2 salários mínimos (49%). Já Bolsonaro se sai melhor entre homens (44%), pessoas de 25 a 44 anos (43%) e eleitores cuja renda familiar é de 2 a 5 salários mínimos (45%).

No recorte por região, Lula vence Bolsonaro por margem mais ampla no Nordeste (48% X 34%) e no Sudeste (47% X 36%), regiões com mais eleitores. Já o presidente tem a dianteira numérica no Sul (41% X 32%).

É preciso notar que a pesquisa tem margem de erro mais alta quando só considera as entrevistas de uma das 5 regiões do Brasil. Lula e Bolsonaro estão empatados tecnicamente no Norte e no Centro-Oeste –margens de erro de 6 p.p. e 6,3 p.p, respectivamente

2º TURNO: LULA 52% X 38% BOLSONARO

Lula tem uma vantagem de 14 pontos sobre Bolsonaro em um cenário de confronto direto. O resultado indica estabilidade: nos últimos 15 dias, os 2 candidatos registraram variações dentro da margem de erro. Nos últimos 3 meses, a dianteira de Lula nesse cenário vem oscilando na faixa de 10 a 17 p.p..

Os números também mostram que, assim como há 1 mês atrás, Bolsonaro segue com dificuldades de aumentar sua intenção de votos do 1º para o 2º turno. Enquanto Lula tem 8 pontos a mais na simulação de 2º turno em comparação à 1ª rodada, Bolsonaro varia só 1 ponto para cima.

DIFERENÇAS NAS PESQUISAS

Esta eleição presidencial está sendo desafiadora para as empresas que fazem pesquisa. Há muitos resultados indicando sinais divergentes. Ficou difícil saber qual é a tendência real deste momento.

É importante dizer que todas as pesquisas estão certas, cada uma dentro da metodologia que escolhe. Cada sistema pode ter vantagens e desvantagens, a depender da conjuntura que pretendem apurar.

Em 2018, por exemplo, havia muito “voto envergonhado” em Jair Bolsonaro. Alguns levantamentos presenciais tinham dificuldade de captar esse tipo de preferência. Já as pesquisas por telefone davam mais conforto para parte dos eleitores que optavam pelo então candidato a presidente pelo PSL (hoje, Bolsonaro está no PL).

Ainda não está claro o impacto que cada metodologia tem na coleta de dados. Mas já se sabe que pesquisas presenciais tendem a ter um resultado apontando uma liderança mais folgada de Lula. E pesquisas por telefone (sobretudo as automatizadas e neutras, com uma gravação fazendo as perguntas, como o PoderData) tendem a mostrar uma disputa mais apertada.

Nos Estados Unidos, há décadas não se usa pesquisa presencial para aferir intenção de voto em nível nacional. O ambiente polarizado ao extremo prejudica a coleta dos dados quando o entrevistador e o entrevistado ficam frente a frente.

Em suma, é importante registrar que não se trata de haver erro em uma ou outra pesquisa. São metodologias diferentes. No final desta campanha será possível saber qual terá sido o sistema mais apropriado para apontar tendências no atual momento político brasileiro.

Metodologia

A pesquisa PoderData foi realizada de 14 a 16 de agosto de 2022. Foram entrevistadas 3.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.

Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Por causa desse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem aparecer por conta de ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo. Os resultados são divulgados em parceria editorial com a TV Cultura. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-02548/2022.