A história de Fuller, o escravo analfabeto que fazia cálculos como se fosse um computador

Thomas Fuller (calculista mental)

Thomas Fuller desmoralizou os racistas nos Estados Unidos

Celso Serra

Faz sucesso nas redes sociais a história de Thomas Fuller (1710 – dezembro de 1790), também conhecido como “Negro Tom” e ” Calculados da Virginia “, que desmoraliza de forma absoluta todas as crenças dos nazistas e supremacistas raciais.

Apesar de ser analfabeto, Fuller foi um escravizado africano nos EUA que se tornou conhecido por suas habilidades matemáticas. Tornou-se um dos primeiros casos registrados na literatura médica sobre a Síndrome do Sábio, assim chamada pelo médico Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, ao descrever a incrível habilidade de calcular de Fuller, que de matemática sabia pouco mais do que contar.

Sua habilidade foi usada como prova de que negros escravizados eram iguais aos brancos em inteligência, o que alimentou discussões pró-abolicionistas.

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O HOMEM-CALCULADORA

Já houve alguém que pudesse fazer todos os cálculos mentais como se fosse um computador, numa época em que nem existiam calculadoras? Sim, houve. Foi Thomas Fuller em 1770, considerado um “calculador humano”.

Thomas Fuller foi um africano vendido como escravo nos Estados Unidos em 1724, aos 14 anos. Ele era conhecido pelo nome de “calculadora da Virgínia” por sua extraordinária capacidade de resolver problemas matemáticos complexos apenas usando sua mente.

Aos 70 anos, fizeram um teste com participação de matemáticos, que foi considerado definitivo. Fuller foi perguntado quantos segundos havia em um ano, e ele respondeu rapidamente que havia 31.536.000 segundos em um ano.

Perguntaram novamente quantos segundos um homem de 70 anos, 17 dias e 12 horas viveu, e em um minuto e meio ele respondeu que o número era de 2.210.500.800 segundos ao todo.

Um dos matemáticos que tentavam resolver o problema com lápis e papel informou que ele estava errado, porque o número era menor. Fuller simplesmente respondeu que “oh, mas você esqueceu de incluir anos bissextos.” Quando os segundos extras dos anos bissextos são adicionados, o número final corresponde ao calculado por ele.

Sua habilidade foi usada como prova de que os afro-americanos escravizados eram iguais aos brancos em termos de inteligência, algo que deu força ao discurso pró-abolicionista.