Por que tucanos da velha guarda andam desconfiados e se mantêm longe de Lula?

Edoardo Ghirotto
Metrópoles

A campanha de Lula construiu pontes importantes com expoentes do PSDB, mas muitos tucanos da velha guarda relutam em declarar apoio ao petista na eleição. Paira a sensação de que Lula não quer discutir propostas e busca apenas fotos para provar ao eleitorado que conquistou um arco de alianças amplo.

O ex-chanceler Aloysio Nunes foi o único a declarar voto em Lula no primeiro turno. Outros tucanos podem seguir a mesma linha no primeiro ou no segundo turno, como são os casos de Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, Marconi Perillo e Teotônio Vilela Filho, mas nada revelaram.

Há ainda o caso de Arthur Virgílio Neto, que esteve no jantar inaugural da aliança de Lula com Alckmin e espera-se que vá votar em Lula num eventual segundo turno. No primeiro, ficará com Simone Tebet. Candidato ao Senado no Amazonas sem o apoio de Lula nem de Bolsonaro, Arthur Virgilio Neto é mais um exemplo de que Simone Tebet é uma desculpa perfeita para não se posicionar.

PRIMEIRO TURNO – São poucos os integrantes da chapa Lula-Alckmin que ousam fazer cálculos para uma vitória do petista no primeiro turno. A última projeção feita por um aliado dos candidatos partiu de Márcio França, do PSB. Ele acha que, se Lula não ganhar no primeiro turno, a diferença será pequena no segundo turno.

Até agora, a eleição presidencial mais apertada desde a redemocratização, em 2014, resultou na vitória de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves por uma diferença de 3,4 milhões de votos no segundo turno.

França e petistas que circundam Lula podem não concordar com os cálculos, mas têm o consenso de que os votos decisivos para o ex-presidente virão de São Paulo, onde o PT terá Fernando Haddad como candidato ao governo do estado.