Bolsonaro e Lula já estão em empate técnico na rejeição

Carlos Newton

A pré-candidata Simone Tebet, do MDB, é atacada pelos integrantes do antigo “Quadrilhão” do partido e responde à altura. Diz que esses apoiadores de Lula no MDB “têm cheiro de naftalina”. Exibe uma foto deles, a gente olha e sente que a senadora tem razão – é naftalina pura.

Ao mesmo tempo, Ciro Gomes, do PDT, critica a aproximação do candidato petista com o MDB, afirmando: “O que Lula faz com a Simone Tebet é fascismo”. E também culpa o adversário pelo rompimento da velha aliança entre PT e PDT no Ceará

SEM IMPORTÂNCIA – Tudo bem, faz parte do jogo, Simone e Ciro estão em plena campanha, vida que segue, diria João Saldanha, porém nada disso tem hoje o menor interesse para a eleição presidencial.

O que importa, mesmo, é que faltam apenas 14 dias para se encerrar o prazo de partidos e federações realizarem convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a presidente e vice. E o pior é que, até agora, não houve uma só conversação a respeito entre os candidatos do PDT e do MDB.

Já dissemos aqui que essa falta de entendimento político, num momento tão crítico, significa uma tremenda irresponsabilidade. A chamada maioria silenciosa tem repetido que não aceita nem Lula nem Bolsonaro, candidatos que já demostraram não ter caráter, dignidade nem notório saber para ocupar o mais importante cargo da nação.

DUAS SEMANAS – Faltam apenas 14 dias, duas míseras semanas, e até agora Ciro Gomes e Simone Tebet ainda não se deram ao trabalho de marcar uma reunião para acertar as bases do acordo, que precisa respeitar o óbvio – quem estiver na frente nas pesquisas vai liderar a chapa. Apenas isso. Papo reto.

Também já dissemos aqui na Tribuna da Internet que, se estão muito ocupados fazendo campanha, por que Ciro Gomes e Simone Tebet não delegam  poderes aos presidentes dos partidos – Baleia Rossi (MDB) e Carlos Lupi (PDT) – para dar logo início à negociação?

O que não pode acontecer é a maioria silenciosa ficar sem opção na hora de votar. Para esta importante parcela do eleitorado, que não aceita Lula nem Bolsonaro, é absolutamente necessário que haja uma chapa alternativa, com chances reais de vencer as eleições.