Piada do Ano! Sem pontuar nas pesquisas, Bivar busca vice e já escolhe seus ministros

Mesmo sem pontuar nas pesquisas, Bivar busca vice e fala em nomes para ministérios

Bivar continua fingindo que é candidato à Presidência

Natalia Portinari
O Globo

Um mês após ser lançado oficialmente pelo União Brasil como pré-candidato ao Palácio do Planalto, mas ainda sem sequer pontuar nas pesquisas, Luciano Bivar insiste em levar adiante sua campanha. Ele tem se dedicado a procurar outros partidos para definir um vice, alugou uma mansão em São Paulo para ser seu QG e até definiu uma possível escalação de ministros para o caso de, numa reviravolta inédita na história país, venha a ser eleito presidente em outubro.

Sua principal bandeira de campanha até agora tem sido a defesa do imposto único, a mesma que defendeu em 2006, quando concorreu a presidente pela primeira vez e ficou em último lugar, com 62 mil votos (0,06%).

SEGUNDO TURNO — “Mais de 50% da população brasileira não está confortável com seu candidato. É esse o voto que queremos capturar. Não é nenhuma presunção, mas a gente acredita que vai ter 26% (dos votos válidos) e vamos estar no segundo turno” — afirmou Bivar, já cravando, inclusive, a porcentagem que espera receber desta vez.

O marqueteiro escolhido por Bivar para ajudá-lo a atingir a marca é Augusto Fonseca, dispensado em abril da campanha do PT por ter cobrado R$ 40 milhões para cuidar da campanha, valor considerado excessivo. Fonseca diz que a produção audiovisual para Bivar ainda não começou, já que o TSE só libera o uso do fundo eleitoral no início de agosto, após as convenções.

À frente do partido que terá acesso ao maior fundo eleitoral neste ano, R$ 782 milhões, Bivar planeja gastar até o teto permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e viajar por todos os estados.

GRANDE DESAFIO – Sobre fazer com que Bivar seja conhecido pela população, o marqueteiro Fonseca diz que esse é “o grande desafio” que terá pela frente e que ainda não tem uma estimativa do quanto irá gastar.

— O alcance disso (o nome de um candidato) não é feito da noite para o dia. É um trabalho de formiguinha. Deveria ter começado no início do ano, mas esbarra na questão dos recursos — diz o marqueteiro.

Correligionários do União, hoje com 55 deputados, dizem apoiar Bivar, mas reservadamente manifestam ceticismo e temem que o partido vá gastar uma parte expressiva do fundo em uma candidatura sem viabilidade. Alguns esperam que, até as convenções partidárias em julho, Bivar mude de ideia.